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Arquitetos: Opus 5 Architectes
- Área: 2000 m²
- Ano: 2012
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Fotografias:Luc Boegly, Bruno Decaris
Descrição enviada pela equipe de projeto. O antigo convento dos Penitentes, no centro da cidade de Louviers-Normandia, é um exemplo excepcional de um "claustro na água", composto de um conjunto complexo de construções sucessivas. O mosteiro foi construído entre 1646 e 1659 pelos padres franciscanos. Costumava haver uma igreja no oeste e duas alas conventuais, cercando o edifício central. O claustro foi vendido em 1789, como uma fortuna nacional: as peças conventuais foram transformados em prisões e a igreja em um tribunal. Em 1827, a igreja foi demolida e o tribunal transferido para uma nova parte do edifício. A prisão fechou em 1934, enquanto a antiga ala sul começou a ruir. A edificação, parcialmente amputada, foi reutilizada como uma escola de música em 1990. Os restos do claustro acima do rio L'Epervier são como imagens 'impressionistas', com a combinação de pedra, vegetação e água em uma bela harmonia. Este valor paisagístico foi destacado e interpretado no projeto de reabilitação.
O trabalho seria oferecer à cidade uma nova escola musical, moderna, funcional, atraente e que representasse a política cultural da cidade. O plano também foi destacar o patrimônio arqueológico e sua localização excepcional no coração da cidade. Finalmente, o projeto teve como objetivo mostrar uma nova imagem do lugar e verter suas características de prisão. O projeto da Nova Escola de Música de Louviers no convento dos Penitentes constitui-se de 24 salas de aula, uma biblioteca e dois grandes espaços de orquestra. Isto constituiu-se em uma problemática em termos de reabilitação, uma vez que um pesado programa de necessidades implicaria intervenções substanciais e a extensão contemporânea tornar-se-ia mais importante que o edifício existente. Estes foram concebidos em uma trama muito apertada, o que levou os arquitetos a preencher todos os espaços livres, removendo os "respiros" e elevando essas extensões no topo das paredes existentes. O resultado é um projeto compacto, onde as novas peças dominam os elementos antigos, no entanto, a construção histórica ainda está hierarquizada. É um programa íntimo onde cada tarefa exige isolamento e concentração e irá adaptar-se ao caráter compacto do projeto.
A segunda extensão, substituindo as partes em falta da ala sul, expõe suas frentes para a água, para o claustro e a cidade. Sua posição incrível representa a chave do projeto. Abriga o principal elemento do programa: o grande salão da orquestra, representando o emblema da escola musical e compondo a paisagem com elementos naturais.
Esta fachada encaixa em uma caixa de vidro retangular simples com faixas cromadas refletindo o ambiente circundante e desaparecendo no céu. Aparece como um eco à música e como uma imagem poética do som. Possui duas características - doçura e criatividade durante o dia, calor e brilho à noite. Esta sala, por sua transparência e leveza, está fora de seu ambiente rigoroso e severo. É uma vitrine exibindo a vida criativa do edifício.
A fachada norte é feita com painéis envidraçados laminados dentro da camada interior, revestida com acabamento espelhado (titânio, nitreto de silício, cromo). Um sistema de fixação "não-cruzado" estrutura o vidro e deixa os pontos de fixação invisíveis a partir do exterior. O conjunto é mantido por chapas de aço inoxidável polidas de 10 mm de espessura e 25 cm de profundidade. As chapas são suspensas por uma viga de aço soldada mecanicamente de 450x900 mm usada como um duto ventilador para a sala da orquestra.
As fachadas frontais são feitas em painéis de concreto préfabricados, de 8 cm de espessura, 180 centímetros de largura e alturas variáveis. São cortados para seguir a superfície da antiga alvenaria. Estes painéis são reforçados e anexados às extensões da estrutura metálica.