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Arquitetos: Moon Hoon
- Área: 14712 m²
- Ano: 2007
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Fotografias:Kim Yong Kwan, Park Chan Woo
Descrição enviada pela equipe de projeto. Residência Yangpyeong
"Quando eu era um estudante do ensino médio, tinha uma amigo que costumava carregar consigo o Livro das Mudanças (Book of Changes) que tinha interesse em música clássica tradicional coreana. Este amigo era fiel à sua vida religiosa e, ao mesmo tempo, curioso sobre o o mundo, sempre andando e pensando incessantemente. Um dia, após 20 anos, ele me ligou inesperadamente. Ele havia, neste meio tempo, se tornado vegetariano e desejava se mudar para a Índia alguns anos depois para levar sua vida. Após ter me encontrado com ele algumas vezes para conversar e beber, ele me pediu para projetar uma casa onde ele, sua esposa e os pais dela vivessem juntos. Ele queria que eu construísse um átrio interno onde ele pudesse criar alguns pequenos animais, e um ambiente para orações."
O terreno, em Daesim-ri, era um lugar onde uma fonte de água, uma plantação de arroz, uma floresta e um estábulo se encontravam. Apesar do orçamento apertado, foram criados sete átrios internos, um para cada cômodo e um central, além de uma varanda grande o bastante para os cães e gatos de meu cliente circularem à vontade. Embora isso fosse muito diferente da Índia com que meu amigo sonhava, projetei um sonarasi (uma interpretação de Varanasi), que poderia inclusive ser utilizado como piscina, e um salão de orações (Ssalon de Sson) onde sua nostalgia a respeito de salões e sua obsessão pela oração foram misturadas.
Para criar um limite entre a circulação e o exterior, inicialmente considerei materiais frios e rígidos. Devido ao baixo orçamento, no entanto, tivemos que improvisar e optamos, ao fim, por cortinas feitas de tecidos à prova d'água. A ondulação destas paredes leves em um dia de vento tornou claro para mim que a casa estava verdadeiramente viva. Quando eu caminhava por entre os ambientes da casa, estes elementos leves, reagindo em contato com meu corpo, me causaram intensos sentimentos.
Após algumas semanas, quando um forte vento castigou a região, as cortinas se moveram como os cabelos de uma mulher fora de si. A família de meu cliente, que testemunhou a cena, manifestou seu desconforto a respeito desse estranho comportamento da casa, incapaz de suportar a confusão e vertigem por muito mais tempo.
Meu amigo e eu lamentamos a respeito das cortinas, que se tornaram as asas perdidas.