- Área: 412 m²
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Fotografias:Adria Goulà
Descrição enviada pela equipe de projeto. Ao passear pelo campo de Graugés, em uma paisagem de suaves morros no vale entre a Depressão Central Catalã e o Pré-Pirineus, encontram-se dois lagos e descobre-se um rastro. Um volume, como um barranco, paira diagonalmente e atravessa o território, artificialmente, cristalizado em concreto e tijolos. Os arquitetos assumem o traço e a escritura da propriedade que define o terreno.
Caminhando junto a eles durante anos, seguindo este traço, esta parede, abraça-se ela. Os cômodos, os volumes auxiliares, a piscina, o jardim, o pomar, abraçam-se à parede e configuram a casa. Acomodam-se as terras e são modeladas futuras topografias familiares de crianças brincando em patinetes pela rampa de acesso interna. Os elementos da espiral que configuram a casa e reconhecem o terreno natural são: Primeiro, a rampa. Segundo, a cozinha e a sala de jantar em que desembarca a rampa. Terceiro, mudança de sentido, cinco degraus, com o estar e jantar abertos e o jardim. Quarto, mais cinco degraus e um dormitório. Sexto, os últimos cinco e outros dois dormitórios sobre a cozinha. No sétimo localiza-se o reservatório para incêndio.
Procura-se captar a luz recorrente do entardecer sob a cobertura, de uma água, diligentemente inclinada para evitar ofender as autoridades locais ávidas de telhas árabes de cores tradicionais. A mesma volta-se dignamente em direção à rua, perturbando o menos possível o transeunte e acumulando o volume para o jardim. A casa cresce em seu lado posterior, cobrindo-se graciosamente ao longo da linha descoberta.
Olhando de cima para baixo e de baixo para cima, a altura do pé direito expande-se para delimitar os espaços mais públicos e se retrai nos privados. Adéqua-se a escala às diferentes situações que surgem no percurso.
Construir a casa como um processo hierárquico serviu também para pensá-la, pela adição de elementos e processos. Uma estrutura de concreto poderosa e determinante, que sustenta a envoltória exterior chama atenção. Adicionado a isso, estão os fechamentos: elementos vazados de tijolos, contrafortes, carpintarias e venezianas.
No interior, o concreto aparente é expressado nas paredes e teto, em contraposição às faixas verticais em gesso branco. Os espaços são delimitados com volumes livres, quase como obstáculos, no movimento ascendente. Azulejos cerâmicos esmaltados, salpicam o espaço com cores alegres e abrigam as peças de serviço.