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Arquitetos: Holscher Nordberg Architecture and Planning; Holscher Nordberg Architecture and Planning
- Área: 580 m²
- Ano: 2008
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Fotografias:Peter Nørby
Descrição enviada pela equipe de projeto. No centro de Copenhague, perto de Nyboder, o escritório Holscher Arkitekter projetou e contruiu um edifício residencial num terreno muito estreito, com 7 metros de largura. A estrutura é incomum em sua forma, em seu detalhamento e sua relação com a cidade. O projeto 4B consiste em uma estrutura fina de vidro, uma empena de gesso e um revestimento leve metálico. Do térreo ao quarto pavimento, o edifício está voltado para o norte e sul. A estrutura é extrudada da rua até o pátio, seguindo o alinhamento na altura da casa vizinha, de tijolos vermelhos, e uma parede de gesso branco contra a outra residência adjacente, de 3 andares. Do 4 º ao 7 º andar, o edifício abre-se em direção oeste e ao parque Østre Anlæg. As faixas revestidas com painéis metálicos sobre as fachadas da entrada principal para o pátio, quebram a escala do contexto urbano histórico.
O projeto está situado em uma área caracterizada por grandes edifícios como o Museu de Arte, Nyboder, uma igreja local, a Estação Østerport e Østre Anlaeg, Parque Kastellet e Kongens Have (Jardins do Rei). 4B é parte de uma sequência de rua, que consiste em um número de diferentes tipologias construtivas. A universidade e a igreja dominam a rua localmente com suas dimensões e suas fachadas de tijolos características. A igreja expressa a mesma solidez maciça através do nível do solo, assim como o edifício da universidade -, mas torna-se mais orientado verticalmente para o céu do que a longa fachada horizontal da universidade que enfrenta Stokhusgade. A rigorosa fachada da universidade enfatiza a variação nas sequências de fachadas frontais. A rua Stokhusgade é caracterizada por um edifício habitacional com seis andares, revestida de tijolos, com detalhes delicados e faixas horizontais que acentuam cada andar. A edificação ao lado (n º 4) consiste em uma casa de tijolos de seis andares, de 1862, que expõe os detalhes construtivos da época, um telhado inclinado e uma expressão simples e clara. O outro vizinho (no. 6) é constituído por uma casa de três andares, de 1878.
Um projeto de densificação como o 4B é frequentemente avaliado por sua capacidade de adaptar-se ao contexto, como os edifícios circundantes na rua. Dos edifícios adjacentes, o projeto recebe sua legitimidade, levando em conta o gabarito dos vizinhos e respeitando o alinhamento da edificação. Além disso, percebe-se uma oposição forte no que diz respeito à relação entre a arquitetura nova e antiga na discussão sobre a densificação do centro da cidade. Os prédios históricos são vistos com grande respeito e preocupação, com a preservação da tradição arquitetônica e seus detalhes. Os argumentos usados pelos críticos de novos projetos residenciais são de que a arquitetura é muito neutra, genérica e suave, sem identidade ou ordem. Ou, pior ainda, que a arquitetura é muito egocêntrica e chamativa, desconsiderando o estoque antigo de edifícios e incapaz de se adaptar às condições existentes dos lotes. Os críticos também consideram os edifícios atuais incapazes de gerar qualidade aos seus entornos. Mas, assim, como poderemos desenvolver as cidades?
A discussão parece estar presa em uma relação dialética entre o papel neutro onde a arquitetura participa como um muro no espaço público e o papel oposto onde a arquitetura se torna um evento ou um objeto que gera experiências e espaços que podem quebrar com as regras contextuais. Será este o único repertório possível ou pode-se fazer um programa mais sutil para densificação da cidade do que o que já está definido pela estrutura / dialética do terreno. Uma atitude pode ser que a densificação deve expressar algum tipo de relação com o contexto e o tempo presente. Isso criaria uma estrutura relacional, coerente, que intencionalmente entra na linha existente de casas e tempo já representados na rua e no bairro. O desafio interessante, com um projeto de adensamento como 4B é que o ambiente proeminente solicite uma capacidade de criar uma coerência entre a arquitetura e o lugar.
Pode-se entender o projeto 4B como uma ponte entre duas tendências opostas - uma é caracterizada por demandas específicas e genéricas através da arquitetura contemporânea: caracterização dos espaços, materiais, transparência e estilo de vida. O outro é localmente ancorado e imita o resultado de técnicas de construção e materiais do passado e, como tal, consolida a relação de datas de projetos para o contexto. 4B pode ser considerado uma contribuição para a discussão da capacidade da arquitetura em criar espaços, experiências e expressar uma atitude contemporânea para a vida urbana. O projeto deseja entrar na cena urbana local como um contribuinte natural.