Construído para o tradicional festival anual chamado "Fallas", realizado em Valência, em Março, o pavilhão temporário de papelão ondulado foi feito com 3.000 caixas hexagonais usadas como único material estrutural. O principal desafio para o projeto do arquiteto Miguel Arraiz e o escultor David Moreno foram o vento e a chuva, já que a estrutura deveria estar em um espaço urbano durante pelo menos 5 dias.
Não houve fundação e o pavilhão foi apoiado diretamente no piso, razão pela qual algumas caixas menores foram preenchidas com terra, evitando a ação dos ventos. O pavilhão representa uma caverna, um refúgio. Na entrada o seguinte texto explica a ideia mostrada:
" A batalha está sendo travada, mesmo que eu não esteja ciente disto, gostando ou não. Eu quero me esconder, desaparecer, fugir daqui. Eu quero voltar para o meu abrigo, mas não posso, eles não deixarão. Não conheço, não sei o rosto que têm, só sei que eles estão usando armas contra palavras, ameaças contra argumentos, medos contra sonhos, o medo é sua grande arma e eu não posso me sentir mais seguro.
E se, afinal, eu for capaz de me esconder? Quem vai me defender? Talvez a ignorância vestida de arrogância que nos governa. Não, nós nunca fomos uma prioridade para eles. A batalha está sendo travada, mesmo que eu não entenda, e eu sou o inimigo.
Não, eu não vou me esconder, me proteger seria apenas me tornar um homem sem rosto. Vou continuar usando palavras, argumentos e sonhos para tentar construir um abrigo, feito por todos e para todos. Um refúgio onde não é necessário se esconder, onde o medo não pode nos pegar. Um abrigo feito para resistir à tempestade quando ela retornar, pois certamente retornará.
uma batalha está sendo travada e eu estou ciente, está sendo travada e eu vou ganhar."
Autores: Miguel Arraiz, arquiteto (bipolaire arquitectos) + David Moreno, Escultor
Cliente: Falla Castielfabib – Marqués de San Juan
Ano: 2013