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Arquitetos: Isern Associats
- Área: 190 m²
- Ano: 2012
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Fotografias:Adrià Goula
"Para mim, uma paisagem não existe por si só, uma vez que sua aparência muda a cada momento, mas a atmosfera envolvente a traz à vida - a luz e o ar que variam continuamente. Para mim, é somente a atmosfera envolvente que dá a ela o seu verdadeiro valor." Claude Monet.
O projeto para esta casa surgiu a partir de uma premissa muito simples: construir em uma parte muito íngreme de terreno com uma inclinação de quase 100%, com uma vista maravilhosa e com um orçamento apertado.
Foi esse pedaço altamente complicado de terra, cercada por pinheiros, que definiram uma boa parte deste projeto. A terra e as suas perspectivas, em constante mutação, como as horas que passam, a cor das árvores, o movimento do sol e sombras.
De um lado, as reduzidas dimensões da trama e sua topografia complexa, do outro lado o desejo de deixar os mínimos impactos na terra levaram-nos a procurar uma planta em que, combinando as árvores que a rodeiam, emergem de um tronco bem ancorada à terra e abrem-se em ramos em cada andar, de tal maneira em que cada ramo se torna o terraço do nível superior, ao mesmo tempo que se torna o pórtico do inferior.
Tudo isso ajuda a criar um edifício muito formal, com enormes vigas em balanço voltadas para o vazio, para a floresta e o mar que se encontram à sua frente. Uma estrutura que se abre para esses pontos de vista e do sol, e que graças aos terraços e as varandas confundem o interior com o exterior.
Um edifício que é igualmente formal em ambos: o seu volume e os materiais que o compõem. Concreto, aço, madeira e pedra, combinando de uma forma que enfatiza o caráter de cada um.
No final, todo o edifício representa um diálogo entre o vazio e a plenitude, entre os materiais, entre o exterior e o interior, buscando um equilíbrio entre estas partes altamente contrastantes.