- Ano: 2013
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Fotografias:Nils Koenning
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em resposta ao aumento da densidade populacional nos subúrbios, o Governo Australiano introduziu há dez anos diretrizes para o planejamento de cidades específicas para projetos residenciais. O conceito de empreendimentos de dupla-ocupação se baseia em novas moradias inseridas em quintais de casas existentes que tenham um mínimo de 300 m² de área livre. Além das restrições de planeamento definidos por recuos da casa a partir dos limites, o projeto deve ter apenas um pavimento, abrigar duas vagas de veículos, áreas de lazer externas e orientar a construção das infra-estrutura de abastecimento de água. Em resumo, a área restante que poderia ser construída se resumiu a 140 m². Devido aos altos custos de mão de obra para construção na Austrália e o interesse de retorno financeiro razoável, escapar da ocupação máxima permitida se torna impossivel.
Apesar do desafio proposto pelas restrições do terreno, as intenções arquitetônicas tinham que ser respeitadas e guiar o projeto. O terreno apresenta paredes de tijolos convencionais típico dos subúrbios australianos em todos os seus limites. Os desafios do terreno extrapolaram uma construção transparente, cujo objetivo era criar uma linha de visão que aumentaria artificialmente a casa. Através do dissolvimento das paredes, a casa parece mais expansiva do que realmente é. É repleta de luz, a transparência permite vislumbres constantes e conexões visuais inesperadas, fomentando assim o engajamento físico. As larguras da sala ou dos espaços são mantidos a um mínimo para manter a estrutura simples e economizar custos.
Não existem colunas nem vigas de metal. O estudo para a lavanderia estrapolaria a metragem possível, mas seria um cômodo considerado de caráter estritamente necessário pelos padrões de funcionalidade. O dinheiro economizado foi, consequentemente, gasto em melhores acabamentos e características sustentáveis, como aproveitamento da água da chuva para as descargas dos sanitários, torneiras de jardim além de materiais de isolamento de melhor qualidade. O revestimento selecionado para o exterior não necessita de acabamento. A abertura vertical é uma sobra de um elemento estrutural de madeira encontrado e fabricado no local. Frequentemente, nestes empreendimentos de ocupação dupla, as barreiras físicas se mesclam, e não há mais uma clara distinção entre a propriedade privada, pública e a porção em comum.
A famosa cerca de madeira tradicional da Austrália é aqui relembrada e enaltecida, um material utilizado em praticamente todas as tipologias de edifícios em todo país, condizente com a linguagem vernacular Australiana. É abstratamente aplicada na porta de entrada para delinear explicitamente onde começa o 'privado' - uma lembrança do que existia anteriormente lá.