Descrição enviada pela equipe de projeto. Ano passado, o fotógrafo de arquitetura Iwan Baan viajou à África do Sul para visitar o Centro de Interpretação Mapungubwe, projetado por Peter Rich Architects.
Mapungubwe, localizado na fronteira norte da África do Sul com o Botswana e Zimbabwe, prosperou entre 1200 e 1300 dC, sendo um dos primeiros produtores de ouro. Mas, após sua decadência, permaneceu desabitado por mais de 700 anos, até sua descoberta em 1933. Imagina-se que a população que viveu no que hoje é Patrimônio Mundial da UNESCO, tenha sido a mais complexa na região, com a implementação do primeiro sistema social de classes no sul da África. E além do patrimônio cultural, Mapungubwe também é lar de flora e fauna extremamente ricas, incluindo mais de árvores de Baobás de 1.000 anos de idade e uma grande variedade de vida animal, incluindo elefantes, girafas, rinocerontes brancos, antílopes e 400 espécies de aves.
Neste cenário surreal Peter Rich projetou um centro de visitantes com 1.500 m², que inclui espaços para contar as histórias do lugar e abrigar os artefatos locais, juntamente com instalações turísticas e escritórios SANParks. O complexo é um conjunto de abóbadas de pedra que equilibram-se no terreno inclinado, contra o pano de fundo de formações de arenito e bosques mopane.
As abóbadas foram projetadas em colaboração com John Ochsendorf do MIT e Michael Ramage, da Universidade de Cambridge, usando um sistema de construção de 600 anos e atingindo um baixo impacto econômico e ambiental. A abóbada tamborim tradicional, que utiliza ladrilhos de solo cimento feitos localmente, permite que o projeto seja materializado com o mínimo de fôrmas para concretagem e nenhum reforço de aço. Além disso, a ambição era também integrar ao trabalho a mão de obra local não qualificada, em um programa de alívio da pobreza, capacitando-os para produzir as mais de 200 mil peças necessárias para a construção das cúpulas.
O Centro de Interpretações Mapungubwe foi realizado utilizando a geometria estrutural mais desenvolvida, juntamente com técnicas de construção antiga, a fim de implantar um projeto contemporâneo, destinado a abrigar artefatos com centenas de anos.