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Arquitetos: Prodromos Nikiforidis - Bernard Cuomo
- Área: 28000 m²
- Ano: 2009
Descrição enviada pela equipe de projeto. Como cada vez mais as pessoas se acumulam nas grandes cidades, a constante expansão do ambiente urbano se torna tão valiosa quanto os ambientes naturais ameaçados do planeta e exige a mesma gestão equilibrada. As cidades ao redor do mundo procuram estratégias viáveis de lazer, procuram um equilíbrio, entre o natural e o construído, explorando suas vantagens naturais, como orlas marítimas e outras bordas d'água, lagos ou rios, florestas ao redor de cidades e paisagens de natural beleza. O projeto dos espaços públicos das cidades, os parques urbanos e os grandes vazios do tecido urbano se tornam a paisagem ideal para a busca de soluções equilibradas que respeitem da mesma maneira os cidadãos e o ambiente.
A intenção da Prefeitura de Thessaloniki para a requalificação da Nova Orla e o anúncio dum concurso de tal importância deu aos arquitetos a oportunidade de experimentar nessa lógica organizacional dos espaços públicos da cidade. Tal lógica se dá onde o projeto arquitetônico encontra as opções de formação de um micro ecossistema global com as interações, as variações, a heterogeneidade mas também sua coerência. O projeto, a escolha de materiais, a escolha das espécies de plantas, da iluminação, todos contribuem não apenas à construção de um espaço público de alta qualidade, mas principalmente na organização de um espaço que é suavemente 'inscrito' na paisagem urbana existente, e sua gestão e manutenção não exigem o desperdício de recursos valiosos. Reconhecendo os múltiplos fatores que são inerentes à tentativa de redesenhar um espaço urbano com significados variados para a cidade, foi feito um esforço para estudar a globalidade da área. O propósito básico da equipe de projeto era completar a abordagem do tópico, focando nas operações propostas que apresentassem continuidade e coerência à uma proposta arquitetônica unificada, e ao mesmo tempo, que contribuisse com a regeneração do ecossistema na linha de orla que separa o mar e a cidade.
A Nova Orla de Thessaloniki é um espaço linear com a profundidade relativamente limitada e grande comprimento, o que oferece as características do "front", de pele fina, que está inserida no limite difícil e desafiador entre a terra eo mar, entre paisagem natural e construída. O projeto deste limiti tem que co-existir e conversar com o elemento da água, a forma natural mais instável. Especificamente, o fundo do mar do Golfo de Thessaloniki, constitui este cenário surpreendente, onde os elementos efêmeros e mutáveis criam uma atmosfera diferente a cada vez. Qualquer intervenção à esse plano de fundo, tira sua cor, existe porque isso existe, não é possível competir mas apenas co-existe e ganha um pouco desse glamour incessante.
Por estes movitos, a decisão básica desta proposta era manter a fisionomia característica e reconhecível das bordas unificadas em direção ao mar, a continuação e a linearidade da paisagem. Acreditando que teria de se preservar o elemento mais charmoso da Nova Orla de Thessaloniki, que é o interessante passeio unificado junto ao horizonte do mar, onde não houve nenhuma tentativa de extensões de estruturas para dentro do mar. A leitura do local, o procedimento de apontar seus parâmetros e elementos característicos que influenciam sua identidade, fornecem a chave interpretativa para o entender e projetar propostas fazíveis. Para a borda d'água da Nova Orla, foi distinguido duas características principais, que estabeleceram os princípios para as escolhas básicas da nova proposta.
O passeio logo acima do limite entre a terra e a água, a pavimentação da Costa, o ângulo de visão aberto e não interrompido, o sentimento da infinidade devido à intensa presença da água, a linha do horizonte dentro da água que as vezes é profunda e clara, e outras vezes é completamente perdida misturando céu e mar com resultados impressionantes. Os espaços verdes, com usos intercalados de lazer e esporte diferenciam esta parte daquela do quebra-mar, oferecendo sombra, gramados, isolamento visual, intercâmbios de espaços. A linearidade, a dinâmica contínua, o horizonte aberto, são as vantages importantes da Nova Orla, que são extendidas e reforçadas com a formação do piso de quebra-mar.
O quebra-mar da orla é um lugar ideal para caminhar, sem interrupções, sem distrações. O pedestre é exposto à luz, à perspectiva aberta e tem caminhadas contínuas no limite encantador entre dois opostos: a estabilidade deste massivo quebra-mar - a instabilidade e lucidez do elemento líquido. A calçada da costa, da Torre Branca à Sala de Concertos é tratada de maneira igual e uniforme, sem hierarquias e alterações na sua largura. Foi proposto um novo piso que será construído ao longo do comprimento da borda d'água e toda sua largura, aonde agora existe o piso de concreto. O piso é diferenciado apenas em duas ocasiões: ao longo da pista ciclável e no final do quebra-mar em direção à água, onde pretende-se destacar o limite entre a água e a terra, utilizando um deck de madeira de bangkirai.
Na parte interna do quebra-mar, a alternativa de um caminho à sombra é oferecido. Esse caminho com os espaços de estar propostos por entre as árvores, é particularmente utilizado durante os meses de verão, principalmente por idosos. O beco funciona como um filtro limite intermediário entre esses duas partes discretas da orla costeira: as áreas verdes e as áreas pavimentadas. Cria um caminho de qualidade diferente, e é delimitado pelas árvores e molda uma imagem unificada à vista da orla a partir do mar. No lado oposto da rua linear, 15 espaços verdes são formados na parte interna da orla, como uma sucessão de "salas verdes - jardins", cada um com uma temática característica especial. A escolha deste termo 'salas-jardins' descreve as intenções: é uma sequência de espaços que tentam manter a atmosfera familiar do privado, enquanto forma o espaço público. Não é exatamente sobre grandes 'parques', mas 'salas' de tamanho reduzido que lembram os jardins residenciais que existiam na área e alcançaram a praia natural, antes do preenchimento da costa. Os jardins, em oposição ao pavimento da orla, são espaços protegidos, e possuem sua própria introversão. A diferenciação, o intercâmbio, a possibilidade de isolamento visual, a sombra, a surpresa, a descobrimento ou a revelação do diferente, o jogo, os espaços gramados, o verde: os jardins seguem diferentes maneiras de linguagem sintética, glorificando o familiar e o privado, criando novos espaços coletivos numa escala local.
A experiência é transformada num caminho, onde o efêmero (a troca das estações) e as variantes (a multi-centralidade do projeto) são apontadas aos elementos dominantes de composição e distraem sentimentos diferentes do visitante-usuário. O mito é revelado ao longo do caminho, redeterminado através do fenômeno natural, e cria um fenômeno visual de constante transformação. Essa tendência da composição contemporânea da paisagem urbana tem o objetivo de criar um espaço em movimento que acompanhe a mudança das estações. Os nomes das quinze "salas verdes" acompanham sua organização temática, cada espaço é teoricamente sinalizado. Os nomes dos jardins começando com o Jardin de Alexandre são, sucessivamente:
1. O Jardim de Alexandre
2. O Jardim do Sol da Tarde
3. O Jardim de Areia
4. O Jardim das Sombras
5. O Jardim das Estações
6. O Jardim de Odyssea Foka
7. O Jardim do Mediterrâneo
8. O Jardim dos Escultores
9. O Jardim dentro d'água
10. O Jardim dos Amigos
11. O Jardim do Som
12. O Jardim das Rosas
13. O Jardim da Memória
14. O Jardim da Água
15. O Jardim da Música
Desses jardins, os últimos cinco foram construídos. Esses cinco jardins estão localizados no lado leste da orla, próximos à Sala de Concertos. A construção dos oito primeiros jardins está atualmente em processo de finalização. A área do Jardim dentro d'água e o Jardim dos amigos pertence ao Hellenic Public Real Estate Corporation. O assunto da sua construção não está atualmente evoluindo.