Uma instalação gigantesca de Tomás Saraceno, ititulada “in orbit,” foi montada na semana passada em Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen na Alemanha. A uma altura de mais de 20 metros acima da praça K21 Ständehaus, Saraceno suspendeu uma construção em rede dentro da qual visitantes podem se movimentar, aparentemente flutuando. A rede de Saraceno, acessível em três níveis, se assemelha a uma paisagem de nuvens: aqueles corajosos o bastante para escalar até o alto podem ver sob a cúpula de vidro os visitantes do museu como pequenas figuras em uma maquete. A instalação ficará exposta até 7 de Setembro. Mais imagens e a descrição do arquiteto a seguir.
“Descrever o trabalho significa descrever as pessoas que o utilizam - e suas emoções", explica Tomás Saraceno sobre sua maior instalação até hoje, planejada pelos últimos três anos em colaboração com engenheiros, arquitetos e aracnólogos - especialistas em aranhas e suas teias.
Esta rede de proteção, que cobre ao todo 2500 m², se espalha por três níveis abaixo da enorme cúpula de vidro do K12, e seus níveis são separados uns dos outros por uma série de "esferas"de PVC cheias de ar que medem até 8,5 metros de diâmetro.
Visto de baixo ou a partir de níveis intermediários da Ständehaus, contra o fundo de vidro da cúpula, as pessoas emaranhadas na rede parecem nadar no céu. Para o artista, este espaço flutuante se torna uma rede oscilante de relações, vias neurais, ressonâncias e comunicação sincronizada - uma nova geografia digital, experienciada em termos físicos.
Os vários materiais reforçam as ideias básicas de Saraceno sobre fluxo e leveza: "Quando olho para as várias camadas dos níveis de linhas e esferas diáfanas, me lembro de modelos do universo que descrevem a força da gravidade e os corpos planetários. Para mim, o trabalho visualiza o continuo espaço-tempo, a rede tridimensional de uma aranha, as ramificações do tecido do cérebro, matéria negra, ou a estrutura do universo. Com 'in orbit', as proporções são levadas a novas relações; o corpo humano se torna planeta, molécula, ou buraco negro social."
“In orbit” é um dos projetos mais leves realizado pelo artista até hoje: o trabalho invoca associações com a delicadeza e a estabilidade da teia de aranha e das bolhas de sabão - apesar da estrutura em si pesar 3000 kg, e a maior das "esferas" 300 kg. O conjunto de funcionalidade, beleza e força que Saraceno encontrou ao longo de anos de estudo da construção de teias de várias espécies de aranhas também está em evidência na obra.
A observação precisa da natureza e o desenvolvimento conceitual de seus fenômenos são marcas consistentes de seu trabalho, que dissolve as barreiras entre arte e ciência. Nesta instalação, o espaço é percebido através da vibração - assim como é pelas aranhas. O resultado é uma nova forma híbrida de comunicação.
O artista diz: "Cada fio individual não só segura o visitante, mas o tece em si mesmo, ao mesmo tempo em que permite sua ação. É como uma rede estendida de caráter aberto. Uma cósmica estrutura de tecido aberta, que se torna densa e ramificada antes de fluir novamente para além das linhas de suas bordas. A rede é única em sua relação com a arquitetura existente."
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