- Ano: 2012
Descrição enviada pela equipe de projeto. Proprietário é uma excelente palavra para definir o usuário de uma casa. Não é apenas o dono do imóvel, mas quem se apropria do espaço por meio de objetos e do modo de viver.
A arquitetura contemporânea dá muita ênfase à perfeição compositiva "para a foto", evitando a todo custo mostrar a marca particular dos habitantes, já que seus objetos são vulgares: uma xícara de lembrança de uma praia "comum", uma toalha de flores ou a desordem de uma mesa de trabalho. O ego do projetista não tolera os objetos ordinários: a xícara de expresso deve combinar com o relógio de parede sem números e com a poltrona Knoll.
A casa GBN salienta o limite da influência do arquiteto e abre um espaço de tolerância onde o usuário começa a se apropriar mais profundamente - para além dos objetos que salpicam pela residência - buscando, com isso, que o proprietário não se converta em escravo do estilo de sua própria casa.
O valor do espaço que foi esculpido na proporção correta, de uma plástica clara e sem alardes soberbos de um rigor escravizante, transcende a pele. A casa GBN aprecia ser uma tela sobre a qual o cotidiano relaxa seu habitar. Além de ser uma exotização do gosto coloquial, trata-se de construir uma ponte entre a postura arrogante que dita o comportamento dos habitantes e manter um espaço de acordo com seus costumes.
O contexto é hoje bucólico e carismático, no entanto, o caráter da casa, apesar de se ajustar perfeitamente aos contrastes do campo, aceita o futuro pessimista dos subúrbios mexicanos.