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Arquitetos: Manuel Ruisánchez arquitecto
- Área: 4665 m²
- Ano: 2011
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Fotografias:Shlomi Almagor, Susana Toyos
Descrição enviada pela equipe de projeto. O terreno de Can Serra conforma uma reserva a céu aberto dotado de um valor para a agricultura, em torno do qual são organizados vários tercidos urbanos que fazem parte da cidade de Parets del Vallès. O edifício residencial ocupa parte do limite sul da área, servindo como mediador entre a cidade construída e o ambiente aberto e protegido, do qual origina uma leve colina em direção ao norte.
A residência extende o limite urbano numa plataforma horizontal na qual o programa é materializado, principalmente em um único pavimento térreo. A plataforma retifica o diferença em relação à topografia através de uma série de muros de gabião, como em terraços para a agricultura. Apenas o edifício administrativo se destaca em dois pavimentos, como um marco territorial.
O edifício se extende numa malha, introduzindo deslocamentos de luz em cada um de seus nós para enfatizar a função destes como locais de encontro. O eixo norte-sul contém os ambientes privados e o eixo leste oeste abriga os halls públicos e os serviços. Os espaços entre estes eixos são formados por uma série de pátios que são ora rodeados pelo edifício, ora abertos para os campos vizinhos.
Esta malha fracionada permite o edifício refletir a imagem de uma cidade pequena, onde os saguões de entrada e os nós cumprem o papel de praças públicas e os corredores são comparados às ruas. Cada um dos ambientes privados - levemente diferente de seus vizinhos com o uso da cor - se abre para estas ruas particulares, assim como se abriria a porta de uma casa para a cidade.
A cobertura do edifício é de grande importância. Das colinas de Can Serra, a estrutura é percebida como uma série de peças regulares distribuídas em dois níveis - o mais inferior dos ambientes privados e o n;ivel superior para os saguões comuns - que se mistura com os materiais e cores do entorno, com as pradarias e campos cultivados. Os pátios agem como um terceiro nível de superfícies verdes e permite que o conjunto seja compreendido como um mosaico em continuidade com o setor agrícola.
O perímetro do edifício limítrofe com a cidade é formado por uma parede de tijolos brancos, com uma malha reliçada no topo. Essas paredes contrastam com as aberturas envidraçadas dos saguões comuns, que combinam com os pátios adjacentes.Os ambientes privados são organizados numa série de blocos, com paredes com acabamentos de diferentes tons similares a cores de pedras, de tal modo que haja sempre uma cor dominante em cada pátio. Também através do contraste, a torre administrativa está revestida com placas de alumínio perfurado, como uma leve membrana que emerge por sobre o resto do edifício.
Climaticamente, o conjunto residencial é planejado como um sistema de volumes sólidos e pátios costurados que criam condições especiais onde a vegetação age como um regulador térmico primário. Os ambientes privados fazem uso e melhoram estas condições de micro clima com a ajuda de dispositivos de ventilação natural cruzada e através do controle sazonal de radiação direta.