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Arquitetos: Gaetano Gulino, Santi Gaetano Albanese; Gaetano Gulino, Santi Gaetano Albanese
- Ano: 2013
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Fotografias:Santo Eduardo Di Miceli
Descrição enviada pela equipe de projeto. Uma vinícola no sopé do Etna é projeto de grande interesse, mas ao mesmo tempo muito desafiador devido à interação de vários fatores como o vulcão, o fluxo de lava, as "pietraie" (grandes camas de rocha que dividem o território), bem como a variada vegetação, incluindo giestas amarelas que contrastam com a rocha escura.
Essa inicativa é promovida pela Azienda Agricola Planeta, que gere a produção bem como o marketing dos vinhos e azeites de alta qualidade provenientes de Menfi, Sciacca e Sambuca di Sicilia, na província de Agrigento, Arcate na província de Ragusta e Noto na província de Siracusa. Hoje a A.A.P. produz e exporta para mais de 40 países. A origem dessa nova empreitada no Etna parte de um cultivo de 35 hectares, está no interesse crescente nos produtores de vinhos finos ("le strade del vino", outras companhias do setor, o ganho da administração comunal do território, etc.). O projeto se baseia em um ponto plano criado por um fluxo de lava em 1800 que mira uma paisagem de vegetação exuberante. O local tem muitas veredas locais que fazem a conexão a artérias de circulação fácil. Do ponto de vista morfológico, a áreas situa-se 620 metros acima do nível do mar, no lado norte da base do Etna, com declives para o norte e o nordeste caracterizados por inclinações suaves.
A morfologia do território é caracterizada pela presença do Rio Alcantara ao norte, que delimita junto com o Rio Simeto toda a área vulcânica. A iniciativa do projeto tem o objetivo de estabelecer uma planta de produção com a capacidade de 2000 hl definida por volumes com linguagem arquitetônica contemporânea. A volumetria do conjunto é composta por três corpos estruturais - processamento, área dos barris ("bottaia") e armazenamento - e tem o objetivo de estabelecer continuidade com o vulcão, considerado um elemento fundamental da paisagem, o que gera espaços reservados entre o edifício e a formação da rocha e que é capaz de oferecer caminhos e áreas de trabalho sem perder o contato com o entorno rural.
O bloco principal é um prisma de base retangular organizado em um pavimento com 39,1 x 17,25 dividido em duas partes por um "túnel" no qual as uvas são depositadas. Esta estrutura abriga a área de trabalho e é feita de elementos c.a.p. com paredes de pedra local de 60 cm de espessura erguidas conforme a tradição local. O interior é dividido em três áreas, a primeira destinada à seleção das uvas, quase no centro, com aberturas laterais estabelecendo uma divisão transversal. Ao sul fica o depósito e a área de produção, com os tanques de aço, com pé direito de aproximadamente 5,5 m. Ao norte fica a área de engarrafamento do vinho com um pequeno laboratório de testes e sanitários. A cobertura é plana com um telhado-jardim. O edifício remete a um monolito que integra e ao mesmo tempo confronta o entorno, atraindo a visão dos visitantes na direção do cone do vulcão.
A bottaia é concebida como uma petraia. Parcialmente enterrada, tem 1,8 m acima do solo. A porção sobre o solo é revestida em pedra lavis, coletada e usada conforme a construção das petraie do Etna. As dimensões do bloco são aproximadamente 9 x 20 m. O interior fica por volta de 2 m abaixo do solo e é acessado por uma leve rampa ou uma escada incrustada na roca. No interior existe uma área única de 160 m² concebida para abrigar o vinho nos barris. A cobertura é revestida de fragmentos de lavic e uma escada na pedra a transforma em um mirante para o cenário esplêndido.
O terceiro volume, também uma planta retangular com aproximadamente 10 x 15m, é inteiro de elementos modulares de concreto pré-fabricado reforçado, mas as paredes externas tem um acabamento de estuque acinzentado tradicional. O corpo do edifício serve para depositar garrafas cheias e vazias e é cercado por um muro de 1,8 m de altura, criando um jardim reservado.