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Arquitetos: IDOM
- Área: 13750 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Miguel de Guzmán
Descrição enviada pela equipe de projeto. A necessidade de renovar as instalações de um bloco de escritórios localizado em um subúrbio na zona norte de Madrid foi percebida como uma oportunidade de tirar o máximo proveito de um edifício subutilizado. Uma intervenção após a outra o tornou cada vez mais sem sentido, com uma organização espacial confusa e quebrada, e num ambiente que dificultou que ele fosse visto de seu entorno urbano. A operação implicava uma nova política de gestão do espaço para a empresa, que transformou o edifício em sua nova sede corporativa.
De um ponto de vista formal, o projeto pretendia fazer as condições espaciais particulares do edifício se destacarem. Isso foi alcançado focando principalmente em três elementos: o pátio, a organização flexível dos pavimentos e a imagem do edifício, juntamente com um investimento financeiro limitado, o que pediu uma precisão extraordinária em todas as intervenções.
Do exterior, era difícil de perceber o edifício de uma maneira compreensiva. Era um volume compacto sem uma fachada frontal clara devido a entrada principal ser numa pequena rua lateral, perpendicular à rua principal, onde a entrada de veículos foi locada. Além disso, a entrada em si era abaixo do nível térreo. Por outro lado, a fachada leste, visível da Rodovia para Humera, que pertence a um dos edifícios baixos do entorno, ficou trás do estacionamento, dos quais sobressaíam seu telhado e três coberturas para as unidades de ventilação.
A entrada foi modificada, gerando uma grande praça aberta como consequência da remoção de todos os volumes salientes isolados. O edifício foi aberto na sua esquina mais visível, quebrando a uniformidade da fachada.
Na frente da fachada, que tem revestimentos cerâmicos, placas metálicas galvanizadas de proteção solar de opacidade variável foram instaladas, unidas por passarelas horizontais de tamanhos variados de acordo com a orientação da fachada com o intuito de evitar a insolação direta. A proposta para as fachadas do edifício procurou melhorar suas propriedades térmicas a sua imagem e, sem alterar seu tamanho original ou suas aberturas.
Do ponto de vista funcional, como um ponto de partida básico, os usos foram reorganizados e ordenados para que as salas técnicas e os escritórios fossem independentes e não interferissem umas com as outras. Por isso, as DCP's e as salas de equipamentos foram concentrados no pavimento térreo e sub-solo, e os pavimentos superiores abrigam os escritórios. Essa distribuição permite que ambas as áreas de circulação e os serviços do edifício sejam independentes. A única intervenção está na distribuição interna e nos acabamentos para que o edifício mantesse sua estrutura e seus núcleos de comunicação. Divisórias e outros elementos foram eliminados nos pavimentos superiores para então serem reorganizados como um escritório de planta livre.
Do primeiro ao terceiro pavimento mantém-se uma estrutura espacial parecida. Os núcleos de comunicação concentram todas as 'amenidades' de cada pavimento (banheiros, arquivo, máquinas de venda automática, etc.) e as fachadas foram liberadas, permitindo assim uma organização aberta no resto do andar. As estações de trabalho foram organizadas num esquema de planta aberta, sempre com luz natural, que foi guiada das áreas de reprografia, concebidas como pequenos espaços abertos delimitados por divisórias baixas. Os dois núcleos de serviço estão localizados em ambas as pontas dos andares e permitem uma grande flexibilidade na organização dos escritórios.
O pátio, acessível apenas para serviços de manutenção e ocupado pelo maquinário das instalações de ar condicionado era outro ponto importante da intervenção. As paredes do pátio, revestidas com pequenas peças cerâmicas escuras, foram cobertas com um revestimento de acabamento contínuo e claro, dando mais claridade aos espaços que tinham vista para ele. No interior, o pátio é independente dos núcleos verticais; ganhou autonomia ao liberar suas quatro fachadas. Assim como a entrada para o edifício, a entrada para os escritórios a partir dos núcleos está oposto ao pátio, mais uma vez alcançando a amplitude visual do espaço. A área envidraçada foi aumentada, substituindo as paredes cegas da esquina por vidro com estrura metálica e modulação similar às existentes. Dos escritórios, uma vez resolvido o efeito espelhado das janelas, uma melhor conexão visual foi alcançada entre as duas grandes aberturas, permitindo uma percepção espacial de todo o pavimento.
Uma pérgola com módulos retangulares que mudam sua orientação em ângulos oblíquos, compõe um céu aberto que serve como um filtro visual, além de configurar e caracterizar o espaço externo delimitado.