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Arquitetos: Martin Lejarraga Oficina de Arquitectura
- Área: 1047 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:David Frutos
Descrição enviada pela equipe de projeto. A missão do programa do projeto de uma funerária começou com a localização e gestão de um terreno em que levantar-se-ia a unidade; a propriedade, uma empresa de seguros de âmbito local e regional, queria reforçar sua base de clientes com a locação de uma funerária na região em que concentra suas atividades: Norte de Cartagena, entre as cidade de La Palma e Pozo Estrecho, no entorno do Campo de Cartagena e do Mar Menor. Foi assim que tudo começou e como aprendi a primeira lição do trabalho: ninguém quer uma funerária em seu bairro.
Após inúmeras tentativas de compra de terrenos disponíveis em diversos locais, em uma deriva que nos deixava cada vez mais distantes dos lugares próximos e acessíveis, acabamos no distrito industrial. Ali selecionamos um terreno interessante: bem proporcionado e orientado, e estrategicamente situado, aberto ao estacionamento geral da propriedade e a área verde, onde apenar se distinguiam alguns bancos de pedra artificial e alguns ciprestes dispersos, que ninguém havia usufruído desde então, mas ao nosso terreno aderiram valor. A segunda lição consistiu em identificar e interpretar os códigos do local, um distrito construído com edifícios que seriam mantidos, apesar das diferentes condições e escala de atividades - produtiva, expositiva, de armazenagem, comercial, etc. - , Alguns padrões comuns puderam dotar o complexo com uma continuidade discreta e estranha.
A terceira lição que aprendemos com antecedência; comprima ao máximo o orçamento, até o limite da viabilidade. Com este objetivo, o esquema funcional do edifício foi ajustado para minimizá-lo, com a conseguinte redução de superfícies e a realização de uma construção precisa, abstrata e de simplicidade máxima. No interior, a continuidade que a cor branca proporciona e a luz natural em suas diferentes orientações é qualificada pelas diferentes dimensões e orientações dos espaços sucessivos e das texturas dos materiais que os definem.
Projetar e construir todo o mobiliário da capela supôs mais que uma lição, um desafio duplo: conceber, mais que um banco, um conjunto de peças que configuram os elementos simbólicos e funcionais da liturgia (a cruz, o altar, o púlpito, etc.) e fazê-los com um único sistema e material: tábuas de madeira de pinheiro que, em diferentes combinações, permitem resolver e envolver todos os componentes da sala. Como identificar o edifício à distância em um entorno de rótulos exóticos constituiu a última lição: apoiamos o letreiro sobre a platibanda da fachada e o recortamos contra o céu, sem dúvida, esta era a melhor forma de distinguí-lo de longe. Aposto que o próprio Ed Ruscha teria gostado.