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Arquitetos: K2LD Architects
- Área: 590 m²
- Ano: 2008
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Fotografias:Patrick Bingham Hall
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto consiste em um bloco linear de frente para a rua, com um pavilhão curvilíneo elevado por pilotis sobre um jardim central. Segundo o arquiteto, está é a primeira vez que projeta algo onde as formas curvas não surgem de um capricho arquitetônico, aqui a proposta começou com um bloco em forma de L, mas houve a decisão de suavizar a geometria em resposta ao seus dois vizinhos diretos: uma casa colonial da família Lien e a Casa Cubo. O arquiteto decidiu recuar a construção de ambos. Este gesto respeita a arquitetura colonial mantendo distância. Aqui o arquiteto aparece praticando um certo contextualismo arquitetônico tipicamente vistos no contexto urbano, especialmente o histórico, por onde o projeto se difere deste contexto e não pode ser entendido sozinho ou isolado, mas adquire significado quando entendido em relação ao conjunto.
Este gesto de recuar é usado na estratégia de se misturar com a paisagem natural do local. Assim, na entrada, a cobertura está apoiada por uma fileira de altos e esbeltos pilares de aço, no jardim essa cobertura avança projetando um deck de madeira ao lado da piscina e lá é apoiado e três pilares de aço. O arquiteto também usou delicadas telas de madeira para proteger os vidros do pavilhão curvilíneo e o segundo pavimento do bloco linear, dando às superfícies de vidro o calor do material natural e um senso de escala, transformando ao mesmo tempo o que era transparente em translúcido, protegendo-os da sondagem de olhos e da luz direta do sol. Além disso, o volume foi dividido em volumes menores, sobrepondo diferentes materiais como, concreto texturizado, granito e madeira. Esta estratégia de se misturar com a natureza através de uma rica paleta de materiais tem influenciado outros profissionais e pode ser visto como uma indicação cultural do arquiteto. Sua empatia com as tradições estéticas japonesas é reconhecida por sua admiração e pelo ano que passou trabalhando no Japão logo no início da carreira.
Celebrar a "beleza natural dos materiais" e seu potencial expressivo sempre foi um dos temas centrais da obra deste arquiteto, mesmo quando a intenção não é fundir a arquitetura com a natureza. Se olharmos para o trabalho do arquiteto, podemos ver um interesse consistente em explorar questões abordadas por Louis Kahn, como o que o material quer ser e, consequentemente, a forma de expressar a flexibilidade pedida pelo proprietário e os espaços de conexão, o que levou a ideia de compartimentalização ser repensada.
Para permitir a flexibilidade no uso das principais áreas da casa, como sala de estar/ jantar e espaços familiares, foi consolidado um espaço fluido. A divisória entre os quartos pode deslizar e ser escondidas para se adaptar às funções exigidas. Corredores tornam-se passagens de 3,6 m de largura, como extensão da área de brincar das crianças. Mesmo o porão foi configurado para ser um grande espaço com vão livre, onde o proprietário pode realizar festas e os convidados poderiam ter a vista panorâmica da área de lazer e até uma pista de boliche.
Em geral, pode-se argumentar que talvez o ato de "desaparecer" foi alcançado na casa de uma maneira bem diferente da compreensão convencional do modernismo. Na arquitetura moderna, este desaparecimento tende a ser associado com a desmaterialização: um processo de negação ou supressão da materialidade.