A Escola de Arquitetura, Planejamento e Preservação da Universidade de Columbia (GSAPP) abrigou recentemente o tão esperado evento que recebeu acadêmicos e profissionais respeitados da arquitetura e do mercado imobiliário. Vishaan Chakrabarti, sócio do escritório SHoP Architects e diretor do Center for Urban Real Estate de Colúmbia, palestrou sobre seu novo livro A Country of Cities: A Manifesto for an Urban America (Um País de Cidades: Um Manifesto para uma América Urbana).
Após vinte minutos de palestra, uma lista de reconhecidos arquitetos e historiadores - que inclui Kenneth Frampton, Gwendolyn Wright, Bernard Tschumi, Laurie Hawkinson e Reinhold Martin - discutiram o trabalho de Chakrabarti.
Sua tese é precisamente o que sugere o título; nós, como arquitetos, empreendedores e planejadores devemos liderar um movimento para uma América mais urbana, uma condição que o autor equaciona como: um ambiente e economia melhores levando à igualdade social. Através de uma duradoura colaboração entre órgãos governamentais e grandes empresas, os cidadãos têm participado de um cenário que ele apelidou de "O Esquema Americano", ou simplesmente consumismo. Como resultado, milhões de americanos estão endividados com suas casas, carros e com o sistema de saúde, conformando uma ramificação adulterada do original "Sonho Americano". Chakrabarti diz que o sonho original não tinha nada a ver com ser dono de um pedaço de grama, mas como oportunidades, citando James Truslow Adams em 1931:
"…um sonho de ordem social na qual cada homem e cada mulher possa alcançar o máximo do que é naturalmente capaz, e ser reconhecido pelo que é, indiferente das circunstâncias em que nasceu ou de sua posição."
A interpretação equivocada deste sonho levou à "sociedade da propriedade", resultando em incentivos governamentais perigosamente atraentes para os cidadãos, levando-os a aceitar um estilo de vida suburbano. Contudo, o sonho não acabou. Em 2008, as dívidas hipotecárias nos EUA chegaram a 80% do PIB, resultando no que hoje é conhecido como a bolha do mercado imobiliário.
"Este livro não é anti-subúrbio" diz Chakrabarti, afirmando que as pessoas deveriam ser livres para optar por um estilo de vida suburbano. "Nós simplesmente não deveríamos estar pagando por isso através de subsídios estatais."
Para aqueles que não precisam de lembrete de que as cidades são mais eficientes que os subúrbios - socialmente, ambientalmente e economicamente - o argumento de Chakrabarti tem valor pela sua apresentação. Ele contrasta dados de mapeamento das dívidas hipotecárias dos EUA como o fato de que 90% do PIB e 86% dos empregos são gerados em apenas 3% do território, nos centros metropolitanos. Chicado, por exemplo, apresenta uma movimentação econômica mais expressiva que 39 estados americanos somados.
Através da apresentação de estatísticas convincentes, Chakrabarti faz um conciso estudo dos benefícios de se investir esforços em uma estratégia de desenvolvimento baseada em densas cidades. Ao identificar pontos em infraestruturas modernas, políticas atuais de planejamento urbano e paradigmas nos campos do projeto e construção, o autor esboça uma nova paisagem urbana.
Assista a palestra completa de Chakrabarti e os comentários dos outros arquitetos e historiadores.