-
Arquitetos: Stanton Williams
- Área: 3060 m²
- Ano: 2011
-
Fotografias:Hufton+Crow, Andy Spain
Descrição enviada pela equipe de projeto. Stanton Williams foi comissionado em 2008 para produzir um novo "Centro Comunitário" em South Marsh. Novos vestiários, além de instalações para espectadores e comunidade local serão abrigados em uma estrutura inclusiva e acolhedora que reconhece as qualidades especiais deste lugar ao superar a barreira entre natural e artificial. Irá se conectar não só aos arredores imediatos e à comunidade local, mas também ao Olympic Park adjacente e ao restante de Lea Valley. O campo como existe hoje é produto de uma série de intervenções no ambiente natural, e a respeito disso remete à "segunda natureza" de Cícero - uma paisagem moldada por mãos humanas. O campo é há tempos conhecido como lar do futebol amador: o local detém o recorde de maior número de arremessos, com mais de 900 partidas jogadas por ano.
O Centro foi desenvolvido depois de discussões com interessados locais e consideração das necessidades dos usuários. Está firmemente incorporado à configuração da paisagem: não é um objeto em desacordo com o meio. Está localizado no limite sudeste do campo, definindo um limiar entre South Marsh e o estacionamento, conectando o hiato entre uma linha de árvores ao sul e um bosque ao norte. Os materiais foram escolhidos por sua capacidade de resistência em relação à paisagem circundante e por sua durabilidade, já que há uma necessidade particular em relação à segurança do edifício dada a falta de supervisão natural, resultante de sua localização isolada. O fechamento do piso térreo é tratado como um muro da paisagem. Blocos de gabião, mais usualmente associados a paisagismo ou projetos de engenharia civil, são implantados de uma forma que remete a muros de pedra agrícolas. Eles irão resistir bem, inclusive ao vandalismo, e formam uma boa estrutura para plantas trepadeiras.
O resultado será uma viva "parede verde" através da qual a luz será filtrada até os vestiários. Em outros lugares foi utilizado o aço. Esté é um material industrial que remete à tradição fabril de Lea Valley e que, em seu constrante com a parede mais natural do pavimento inferior, lembra a combinação de natureza e artifício que dá ao local sua característica particular. Mas ele, também, tem seu caráter natural. Como um material que muda ao longo do tempo, o aço tem uma aparência viva e uma textura rica. Será implantado não só no revestimento do nível superior da estrutura, mas também para formar portões de segurança, grelhas e persianas. Aberturas perfuradas permitirão que a luz entre durante o dia e criarão também vistas noturnas controladas para o edifício, que irão brilhar acolhedoramente conforme a luz apareça através das janelas e das paredes de gabião.
A forma como o Centro procura reconciliar natureza e artifício através de sua organização, materiais e localização incorpora um objetivo mais amplo de sintetizar a atividade esportiva e o ambiente natural. Instalações esportivas muitas vezes têm algo de tábula rasa em sua abordagem, substituindo materiais naturais por asfalto ou superfícies artificiais duras, e barreiras permeáveis por cercas. Como resultado, jogar se torna uma experiência exclusivamente física. De forma oposta, o Centro enfatiza a natureza ritualística do esporte. Nele indivíduos se fundem em equipes, surgindo no campo para demonstrar suas habilidades coletivas e individuais, e para obter estímulos sensoriais e até mesmo espirituais deste local rico.