Integrado às colinas da Catalunha, o Cemitério de Igualada é uma terraplanagem que se mescla à paisagem, como uma característica natural do local. Projetado para ser um local de reflexão e lembranças, como uma paisagem em camadas que se desdobra como uma progressão contínua e fluida.
O principal espaço de sepultamentos localiza-se numa área escavada rebaixada, cercada pelos muros de gabiões e pelas células de sepultamento, que são como mausoléus, e que obstruem a visão dos visitantes a partir do contexto circundante, isolando-os numa área onde o céu é a única entidade externa visível. Ao contrário da primeira camada, o segundo nível do cemitério possui mais túmulos tradicionais, os quais são separados e espalhados, no lugar das formas das sepulturas logo abaixo.
Também, nesse segundo nível, localiza-se uma capela e um monastério que permanecem inacabados.
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Ao adentrar o terreno, o visitante confronta-se com um conjunto de postes de aço cortem que funcionam como portões para o cemitério -os postes são comparados às cruzes em Calvário. A partir da entrada principal, há um caminho sinuoso, para procissões, que desce à área principal de sepultamentos; o caminho é forrado com os "loculli" de concreto -sepulturas como mausoléus- que envolvem o espaço rebaixado como uma transição de uma camada à outra. A circulação através do cemitério adota um efeito mais processional, concentrando-se menos na organização dos túmulos, mas principalmente na experiência do visitante.
Os materiais conectam claramente o projeto à paisagem. Foram empregados materiais terrosos, como concreto, pedra e madeira. As paredes de gabiões, o concreto desgastado / envelhecido, e os dormentes de madeira embutidos nos pavimentos de pedra evocam a paisagem dura e rústica das colinas circundantes. Os tons terrosos dos materiais transformam a arquitetura numa estética natural, criando a aparência de que o cemitério sempre fez parte do terreno.
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- Ano: 1994
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Fotografias:Flickr Frans Drewniak (CC BY-SA), David Cabrera