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Arquitetos: NO.MAD
- Área: 280 m²
- Ano: 2008
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Fotografias:Miguel de Guzmán
Descrição enviada pela equipe de projeto. O novo escritório do banco Arquia ocupa o térreo e o porão de um edifício preexistente no centro da cidade. O objetivo do projeto era separar claramente as áreas privadas de trabalho das áreas de serviço público e criar uma atmosfera relacionada ao conceito de uma agência bancária transparente. Isto é feito através de uma pele envidraçada que nitidamente separa o público dos funcionários do banco, evitando a ambiência típica de escritórios e a dúbia proximidade do cliente.
Este diafragma é construído com tubos de vidro de borosilicato que definem um perímetro com diferentes níveis de privacidade ao passo que permitem a entrada de luz natural. Esta pele tem início e fim na rua e envolve os visitantes ao mesmo tempo que lhes oferece um vislumbre das atividades dos funcionários. A geometria da parede de vidro foi determinada pela posição de três grandes pilares invisíveis a partir das áreas públicas, buscando provocar uma sensação de leveza e falta de gravidade. Esta operação divide o espaço em duas partes, a área pública dos clientes quase como um espaço mágico com uma atmosfera leve; e a área dos escritórios do outro lado dos tubos de vidro, com os espaços de trabalho dos funcionários.
Todo o projeto foi desenvolvido com pouco uso de cores. Por um lado, a cor preta define as áreas públicas onde todo tipo de instalação - luzes, plugues, etc. - foi evitada para não perturbar a percepção de sua essência; e por outro lado, a cor cinza define as áreas de trabalho, que conta com todos os sistemas de iluminação e computadores. Estes dois mundos separados se encontram em três pontos apenas: nos locais de atendimento público e na escada que leva ao pavimento inferior. O esquema de duas cores também contribui com a sensação de mistério evocada pelos materiais, formas e geometrias, e também é utilizado no mobiliário.
Os espaços mais privados, como a sala de conferências, os arquivos, a copa e os banheiros, foram alocados no subsolo. A sala de conferências é iluminada com luz natural da rua acima através de dois pátios de pé-direito duplo com cobertura translúcida, evitando a desconfortável sensação de porão.
Vista a partir do exterior, a sóbria fachada não dá informações ao usuário, exceto o acesso através de uma única porta preta e opaca. Neste sentido, impusemos certa neutralidade ditada pelo desejo de provocar dúvida e curiosidade nos visitantes - uma experiência urbana que incita a olhar e adentrar sem a certeza de que estamos num banco ou num cabeleireiro.