Nave 8 B / Arturo Franco

Nave 8 B / Arturo Franco - Mais Imagens+ 15

  • Colaboradores: Diego Castellanos (arquiteto de interiores), Yolanda Ferrero. (arquiteto)
  • Armador: Jose H. Largo Díaz. DITE SL.
  • Proprietário: Concejalía de las Artes del Ayuntamiento de Madrid
  • Construtora: PECSA.s.a.
  • Plano De Execução: 8 meses
  • Orçamento: 500.000 euros
  • Cidade: Madrid
  • País: Espanha
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© Carlos Fernández Piñar

Descrição enviada pela equipe de projeto. Em uma pequena nave do antigo matadouro de Madrid, nave 8B, as telhas de uma cobertura em mau estado foram removidas, empilhadas e trazidas para dentro, buscando atender a uma necessidade. Este poderia ser o resumo desta intervenção.

O matadouro de Madri foi projetado em 1907 e construído durante a segunda década do século XX por Luis Bellido, arquiteto do município. Por quase sessenta anos o edifício funcionava como um grande armazém na área central da cidade. Durante todo esse tempo ele demonstrou suas virtudes funcionais e suas qualidades espaciais. Muito controverso, ao longo dos anos o estilo aplicado às fachadas se provou muito discrepante com as primeiras aproximações ao movimento Moderno que foram exploradas neste tipo de edifícios industriais na Alemanha, Holanda e França. A partir dos anos oitenta, o matadouro foi transferido para a periferia da cidade. A pequena “cidade industrial” projetada por Bellido caiu em negligência e esquecimento. Recentemente a cidade de Madri quis converter este complexo deteriorado em um motor cultural vanguardista para a cidade.

© Carlos Fernández Piñar

A nave 8 B é o espaço da gestão administrativa. Uma pequena área de trabalho, um armazém e um espaço multiuso para palestras ou apresentações. Originalmente, estas eram áreas de apoio para o armazenamento dos resíduos produzidos na nave 8, onde peles eram secas e salgadas. Uma nave menor, porém com um espaço interessante.

© Carlos Fernández Piñar

A prioridade da intervenção era restaurar uma cobertura de telha plana, fazer um reforço estrutural, e condicionar o interior térmica e acusticamente visando atender novos usos. Este processo havia sido realizado anteriormente em outras naves do matadouro, como resultado, montanhas de detritos acumulados - telhas, madeiras, pedras e lajes de granito - esperando para serem levadas ao aterro sanitário

Este projeto surgiu da oportunidade. Da descoberta de uma oportunidade nessas ruínas.

No sentido de explorar todas possibilidades, o sistema construtivo se torna um gerador do projeto, em um lugar onde há uma postura ética específica para a renovação e arquitetura

© Carlos Fernández Piñar

Como estes objetos encontrados funcionam? Como a telha plana funciona? Como é empilhada? Como é preparada? Quais são suas características organolépticas, o seu peso? Como são unidas? Estas são algumas questões que foram levantadas durante o processo. A ausência de alguns elementos reticulados proporciona a passagem de luz. As vezes uma peça inteira para as paredes e meia peça para os acabamentos. O problema com os cantos, as vergas. Os problemas universais da arquitetura aparecem. Ao mesmo tempo e com a mesma intensidade são também labuta e imperfeição. A imperfeição do homem e do antigo, do recuperado. Lembro-me de um pedido ingênuo para o trabalho: “Jose, se vire, não importa”, e uma resposta, uma lição do gerente: “Eu não me viro, para isso há sempre o tempo.” Um trabalho de muitas vibrações. As vibrações do artesão coletivo, o artesão que reivindica Richard Sennett.

© Carlos Fernández Piñar

Como a cabana da floresta do arquiteto suíço Ralph Erskine, na qual ele empilhou troncos para se proteger do inverno rigoroso, este projeto também é bioclimático. É bioclimático porque a telha contribui com o conforto térmico e acústico, e é sustentável pois se reinventa com o que tem disponível. É bioclimático como arquitetura de cidade pequena, como as lareiras revestidas de cerâmica encontradas na províncias de Soria.

© Carlos Fernández Piñar

É uma intervenção que visa respeitar a configuração espacial existente, sem modificá-la. É a prova do poder da arquitetura como um recipiente qualificado, independentemente de seus usos. Um conceito clássico, eterno de espaço, nada a ver com classicismo, nem necessariamente com a Itália. Enfrentando o estilo, supostamente nacional, que Luis Bellido aplicou as fachadas, neste caso no interior, o estilo está diluído, desaparece como herdeiro da antiga Escola de Madri. Ordem, oportunidade, comprometimento, contenção ou claridade sem qualquer intenção formal a priori. Um terreno desconhecido para mim, além do projeto, além de qualquer intenção. O papel do arquiteto recua, é removido da arquitetura em tempo. A historia é pendular ou helicoidal, se a compreendermos em três dimensões. Este projeto desfaz alguns caminhos percorridos, pretende atingir pontos de encontro. Ele avança recuando, como os remadores, olhando para trás, como Oteiza explicou. Desde telhas mouriscas, feitas usando as coxas das mulheres como moldes, e sua colocação manual, ela agora tem uma aplcação industrial e uma versão plana. Agora elementos industriais, inertes, são entendidos de forma diferente, descontextualizados e locados com a imprevisibilidade de uma tarefa manual.

isométrica

O projeto visa entender a arquitetura como uma experiência intelectual, cultural e ética. Não deve ser confundida com posicionamento social ou político.

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Localização do Projeto

Endereço:Legazpi, Madrid, Spain

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Sobre este escritório
Cita: "Nave 8 B / Arturo Franco" [Nave 8 B / Arturo Franco] 17 Dez 2013. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-160715/nave-8-b-slash-arturo-franco> ISSN 0719-8906

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