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Arquitetos: James Russell Architect
- Área: 258 m²
- Ano: 2012
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Fotografias:Toby Scott
Descrição enviada pela equipe de projeto. Percorrendo este condomínio num dia de 35 graus as ruas estão vazias, mas o zumbido mecânico dos ares condicionados ressoa no ar, um som que mantém as pessoas escondidas dentro de suas casas. A casa Bisley Place fica no fim desta rua. Aqui há crianças correndo para lá e pra cá- não apenas moradoras, mas também as crianças das proximidades, e visitantes de outros bairros. O aroma de comida fresca percorre livremente os quintais. O ritual de cozinhar e comer acontece ali, na calçada, um lugar para a comunidade.
As insulares "caixas quentes", recorrentes nestas casas, não são culpa dos construtores ou proprietários dos imóveis. Os autores conveniados - aqueles encarregados de manter a consistência do condomínio - prescrevem o mínimo total de área térrea, o tamanho da garagem, materiais da fachada e a inclinação do telhado. Mas ao criar de acordos com as prescrições, uma casa de condomínio oferece outra oportunidade: as regras como paleta única. A partir daí, os espaços e materiais podem ser empregados de forma a otimizar os locais para o usuário.
Quatro grandes portas de correr fornecem um véu para a rua e admitem a passagem de uma suave brisa durante o dia. Com o toque de um botão estas portas se abrem proporcionando sombra e abrigo para incitar uma relação mais aberta com a rua. Cortinas são movidas para delimitar espaços ou redefinir limites. Incorporando o exterior nos ambientes de convivência internos e estabelecendo circulação ao longo de todo o terreno, permitindo que a habitação respire. A casa se torna uma série de espaços ao longo de uma passagem, um percurso que encoraja as relações interpessoais e o compartilhamento da paisagem.
O invólucro do edifício é robusto e permanente, com vidros, paredes e paisagismo adaptáveis. O bloco estrutural e o concreto compõem o revestimento externo da habitação, materiais que são inerentemente fortes, de auto-acabamento, e resistentes a diversas condições climáticas. O morador é portanto capaz de criar e recriar seu próprio espaço, manipulando peles; portas, janelas e cortinas para alternar entre uso interno e externo. Paredes de blocos de uma camada constroem os espaços no sótão, gerando uma expansão dentro da habitação que é intencionalmente crua e tecnicamente exterior. Este é um espaço para sonhar, estudar e contemplar.
Foram desenvolvidos sistemas capazes de maximizar o potencial funcional do bloco ao gerenciar o fluxo de água através do bloco estrutural. Paredes de títulos flamengos revestem o edifício e criam uma barreira à prova de água para os quartos atrás deles. O telhado tem uma inclinação de 22.5 graus mas não tem empenas, torções ou curvas. Ele inclina-se em direção ao patio central, protegendo o limite externo. E dentro deste telhado está um espaço mágico - uma verdadeira abertura ao céu.
Folhagens espessas crescem ao redor e dentro da habitação de blocos negros de vidros, uma casa que tanto acolhe a paisagem quanto protege seus habitantes, com controle e flexibilidade simples, a partir de elementos indesejáveis. Os materiais e a fabricação dos espaços são honestos e eficientes, um aceno para a funcionalidade do edifício industrial. Mas, mais significantemente, a habitação é também capaz de devolver ao usuário o significado da palavra lar: uma unidade com espaço e ambiência, uma coalescência de comunidade.