Na primeira semana de dezembro, a proposta vencedora do “Concurso de Ideias de tratamento para pedestres da Plaza de Armas de Arequipa” foi apresentada. A equipe vencedora, composta por Eduardo Acuña Bocanegra, Fernando Quiñones Reyes, Cecilia Agurto Salazar e María de los Ángeles Cabrera, foi representada pelo arquiteto Martín Montañez Sanabria.
"A proposta sugere uma intervenção que equilibra a escala monumental e a dimensão humana da Plaza de Armas, potencializando o aprimoramento de seu caráter monumental e mantendo o seu papel de espaço comum e ponto de encontro do cidadão." De acordo com a declaração do júri.
Veja a proposta a seguir.
Descrição da equipe. A Plaza de Armas de Arequipa é o espaço público mais importante da cidade, porque nela convivem dinâmicas sociais, patrimônios históricos e um grande número de pessoas em seu dia a dia. A história da Plaza mostra que em seus 473 anos, adaptou-se às diferentes necessidades que a sociedade tem exigido e é aí que reside seu sucesso, podendo ser um espaço aberto polivalente adequado para atividades como as touradas e feiras até finais do século XVII, até um mercado permanente na metade do século XIX, sendo que somente nos últimos 100 anos a Plaza que conhecemos e ponto de encontro para os cidadãos de Arequipa, onde são realizados desde eventos oficiais da cidade até atividades banais como descanso em uma tarde de domingo.
A história tem acumulado dinâmicas e atividades em torno da utilização do espaço da Plaza, e continuará sendo assim com o passar dos anos e com as mudanças que ocorrem na sociedade, portanto, propomo-nos reforçar os elementos que geram identidade para o lugar hoje em dia e deixamos a superfície da praça para as dinâmicas que se dão hoje e que surgirão no futuro. A Catedral e os arcos geram o maior impacto sobre a vastidão do espaço, sendo os elementos icônicos e representativos na memória de todos os que visitam o centro da cidade de Arequipa. A localização da Catedral desempenha um papel fundamental, pois conforma a fachada principal da Plaza e tem em seu lado maior contendo integralmente o átrio e seu interior. Por outro lado, os arcos além de gerarem uma escala monumental ao espaço que os contém, também permitem, com sua permeabilidade, integrar a propriedade pública e a privada sem que este encontro seja abrupto.
Dois grupos de utilização podem ser claramente identificados na Plaza: dinâmicos e estáticos. As aplicações dinâmicas envolvem movimento, caminhada, jogos, manifestações culturais. Para isto são necessários amplitude e vazio, o poder de perceber a partir de um ponto o todo. Atualmente este ambiente é produzido no entorno de Tuturutu até o início dos jardins, mas a escala deste espaço é reduzida para o tamanho de uma cidade como Arequipa. Os usos estáticos se referem a ocupação do lugar sem movimentar-se e por um período de tempo mais longo, como sentar-se, relaxar, conversar, comer, dormir. Isso funciona hoje em dia nos bancos do perímetro da Plaza e da área que delimita o Tuturutu. A partir disto, propomos a reestruturação da Plaza sob a premissa de fornecer um marco para que os usos dinâmicos e estáticos continuem a acontecer.
A proposta parte para a criação de novos limites, estendendo-os até os arco e a Catedral e integrando-os a Plaza, ganhando 4.355 m² e rompendo o isolamento gerado pelas rua de 4 faixas. Um fluxo muito importante é o gerado pela Rua Mercaderes que atualmente tem seu início truncado devido a Plaza através da pista e falta de espaços para a recepção deste fluxo. Além disso a Catedral carece de um átrio que corresponda a sua escala, uma vez que é difícil apreciar a sua arquitectura e suas atividades religiosas de maior escala a partir de sua parte frontal. Por isso, foi decidido criar uma praça cívica/átrio no lado norte, onde é possível gerar um marco para as atividades e dinâmicas que hoje não funcionam bem.
Por outro lado, é proposto para o lado sul um jardim que criará uma atmosfera ideal para as atividades estáticas, com a sombra das árvores produzindo uma atmosfera amigável. Para tal é sugerida a replicação da espacialidade da Catedral com a distribuição da massa arbórea, articulando o espaço a partir de uma grande alameda que imita a nave da catedral até sub-espaços ou praças pequenas que permitam gerar dinâmicas de menor escala. Agora o volume da Catedral e das árvores se contrapõem através da praça cívica/átrio, gerando diversidade espacial e ambiental sobre uma mesma superfície, alcançando versatilidade para a acomodação dos usos atuais e futuros do local.
primer lugar
Competição:Primer Lugar “Concurso de ideas de tratamiento peatonal de la Plaza de Armas de Arequipa”
Premio:Primer Lugar
Projeto:
Autores:Arq. Martín Montañez Sanabria , Eduardo Acuña Bocanegra, Fernando Quiñones Reyes, Cecilia Agurto Salazar y María de los Ángeles Cabrera.