Competição
Pavilhão do Brasil – Expo Milano 2015Arquitetos
Equipe de Projeto
Gustavo Costa, Federico Florena, Antonello de Leo, Danilo Fontes, Larissa Sudbrack, Matheus Mendes, Rafaella BrasileiroAno do projeto
2014Fotografias
Cortesia de ATRIA+TiarStudio
Dos arquitetos: O projeto para o edifício destinado ao Pavilhão do Brasil para a Expo 2015 revelou-se à nossa equipe como um desafio de duas nobres facetas – a retomada da participação de nosso país em evento internacional de tamanha envergadura e a compreensão de que o objeto deste concurso é um daqueles poucos e raros momentos históricos em que a arquitetura pode exercer de forma tão pujante o seu papel humanista, impulsionando a sociedade através de novas ideias e conceitos.
A abrangência do tema abordado pela Expo e as reflexões que ele enseja acabaram por impor, também ao projeto, um cenário de elevada complexidade técnica, exigindo a busca de soluções arquitetônicas que atendam não só aos preceitos de estética e funcionalidade, mas que dediquem atenção especialíssima aos pré-requisitos mais elevados de bioclimatismo, eficiência energética e conservacionismo ambiental. Neste sentido, o pavilhão do Brasil poderá ser a materialização do jovial papel que nosso país passou a exercer no cenário internacional e do exemplar respeito com que tratamos as mais diversificadas culturas. Sua construção, enfim, poderá exprimir uma lição de humildade e governança, oferecendo a inventividade de nosso povo como um paradigma capaz de respaldar as novas mudanças que o mundo exige.
O partido arquitetônico baseia-se no equilíbrio de diferentes requisitos, porquanto nos pareceu essencial responder ao desafio de fazer duelar beleza arquitetônica e simplicidade funcional, alta demanda técnica e custo de execução razoável, controle térmico ambiental e os gastos energéticos do edifício.
Assim, fundamentado nesse entendimento de compensações, o projeto do novo pavilhão resultará em objeto construído de presença urbana comedida, de excelsa conformidade técnica, congruente com sua função civil, correto para com as demandas do programa, mas atento à obrigação de apresentar-se atraente, amigável aos visitantes e visualmente rico.
O edifício se insere na malha urbana da exposição, lote 9, limitado ao sudoeste pela principal via de acesso pedonal, o Decumanus, a nordeste pelo CanaleVilloresi, a noroeste e sudeste pelas circulações secundárias de pedestres. A opção de implantação do edifício foi determinada pela necessidade de ligação entre os espaços do térreo do pavilhão e as alamedas de circulação de pedestres, considerando o grande público visitante como um forte condicionante de projeto.
Os recuos da composição volumétrica formam bolsões internos ao lote, servindo para o convívio social e os eventos do pavilhão. O maior dos bolsões, denominado “Piazza Brasil” é ladeado por outras duas áreas destinadas a redários e zonas de descanso. É possível ainda observar os espaços de pérgola que funcionam como canais de circulação cruzada.
Outro aspecto importante do projeto é a combinação de espaços expositivos internos e externos que, por sua vez, contribuem para um ambiente de entretenimento educativo (edutainment). Esta variação de áreas fechadas e abertas, avarandadas, configura uma relação interespacial inovadora, possibilitando ao visitante frequentar ambientes diversificados e estimulantes, muito bem iluminados e ventilados.
Por fim, asimbiose proposta entrearquitetura e expografia procura romper as regras tradicionalmente estabelecidas para a concepção de espaços expositivos, contribui para o controle dos fluxos de pessoas, evita filas indesejadas, permite ao transeunte uma experiência sensorial diferenciada e, como resultado, o entendimento da mensagem temática da exposição brasileira.