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Arquitetos: Aldo I Testa , William Obregon ; William Obregon , Aldo I Testa
- Área: 320 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Francisco Campodonico
Entendimiento del Lugar e Ordem
Habitar O Deserto: A palavra "nada" é o termo informal que utilizamos para referirmos à ausência de conteúdo de um recipiente ou lugar. Para a arquitetura, talvez para a mais ortodoxa, é a ausência de referências artificiais ou naturais, onde geralmente se sustentam quase todas as obras. O deserto é sempre um desafio para a arquitetura e provavelmente o mais parecido com o nada. A ausência de referências obriga a um grau maior de pesquisa nesta particular paisagem, que poderá ser definido de muitas formas, mas jamais será um "não lugar".
O Protagonismo Do Salar e Os Geoglifos: O espaço desértico da reserva de tamarugal e o salar de pintados é uma experiência que está relacionada com as grandes distâncias, um percurso pela imensidão, pelo vazio, um caminho pela última pele, pela borda do horizonte.
Nos posiciona e nos coloca como nenhum outro ambiente na situação de unidade e de nos situarmos no último extremo, de experimentar a condição de viver sobre a pele mais externa nos confins, no limite onde o corpo une esses dois oceanos.
A isto devemos agregar o Sítio arqueológico, Patrimônio da Humanidade, de alto interesse científico, que hoje é resguardado pela CONAF. Correspondem a manifestações rupestres pré hispânicas que datam do século IX dc., se localizam sobre uma ladeira com cerros de 5km de comprimento onde se identificam figuras de formas geométricas, zoomórficas e antropomórficas de grande tamanho, alcançando algumas delas um comprimento de 100 metros, o segundo maior da América do Sul.
Conceito Arquitetônico: A decisão arquitetônica que define o projeto é a mimetização com seu entorno e a construção das distâncias. Esta é a síntese com a qual se projeta. Devido ao entendimento do lugar, a obra não podia aparecer por contraste, competir com o monumento nacional ou com o deserto, já que sua escala, expressão e dimensão sempre seria minimizada pela vastidão deste, desse modo deveria fazer-se parte dele, converter-se em deserto.
A intervenção se submerge a 1,5 m para dar a sensação de estar enterrado, com o material removido (blocos e faixas de sal que constroem a camada artificial que se funde na paisagem, acoplando-se harmoniosamente à sua escala e textura). Desta maneira este é contido pelo deserto e fazendo parte dele, não gerando protagonismo senão ao contrário, mimetizando-se na sua vastidão.
Conceito Climático: Devido ao clima desértico com oscilações térmicas diárias, decidiu-se, da mesma maneira que na arquitetura ancestral dos povos pré hispânicos, semi enterrar a edificação para assim poder aproveitar as qualidades naturais do terreno a partir do aspecto de inércia térmica, onde o calor acumulado durante o dia se libera no período noturno, gerando uma estabilidade térmica tanto de dia como de noite, aproveitando a temperatura constante da terra.
Programa Centro de Visitantes: Introduzir o turista dentro da área da reserva e monumento nacional. Área de exibição e explicação dos geoglifos, sala de projeção, trilha com descansos a cada 300 metros, varanda sombreada, estacionamentos e área de serviços higiênicos. Possui em torno de aproximadamente 260 m2. Com capacidade para 80 pessoas.
Programa Trilha: Percurso dos Geoglifos, consiste de um comprimento em torno de um quilômetro e uma largura máxima de 3 metros. dentro deste percurso se constroem 3 locais de descanso com sombreamento, com capacidade para 5 pessoas, onde além disso haverá uma legenda que explicará o que se está observando a partir deste local.
Programa Casa de Controle: Proteger o acesso ao setor e controle de pessoas. Área de atenção e vigilância, habitação do guarda-parque, acesso controlado ao setor dos geoglifos e salar de pintados.