O projecto do Lagar de Azeite Oliveira da Serra não corresponde apenas à necessidade do Grupo em construir um lagar para a sua grande produção de azeite mas, fundamentalmente, usar essa construção para de algum modo produzir um Statement. Ou seja, afirmar a preocupação, alias já existente na marca, em fazer a indústria e a economia seguir a par com as preocupações de paisagem e de atitude contemporânea. Mais qualidade, melhor design, mais responsabilidade face à Paisagem.
Não falamos apenas em paisagem rural que envolve o edifício, mas sim na Paisagem global, ou seja certos de que todo o lugar é Paisagem. É assim quando investe numa imagem contemporânea para os seus produtos, quando investiga um sistema de remate para as garrafas que garante não só mais precisão e eficácia como funde num só gesto passado e futuro, é assim quando convida artistas de diversas áreas a interpretar o universo do azeite, contribuindo deste modo para uma cultura universalmente local ou localmente universal.
Por isso este edifício procura também responder a esses desígnios, revelando máxima eficácia ao mesmo tempo que remete para uma leitura de paisagem sem tempo. Assumindo o confronto entre elemento construído e paisagem natural (o homem e a natureza), o edifício surge “no meio” da plantação que lhe confere sentido – as oliveiras – e estende-se entre a paisagem como um volume abstracto e branco próximo do nosso imaginário.
No entanto a leveza e consequente delicadeza do desenho, faz com que o edifício aparente um sentido de levitação, mercê das generosas consolas que lança em cada um dos seus extremos. Por outro lado, a marca territorial assumida por este edifício, não se limita a existir durante o dia, mas tal como os períodos de colheita da azeitona, o edifício revela-se à distância durante as 24 horas do dia.
À Noite, as suas consolas ganham luz/cor permitindo intuir o seu valioso recheio, e mais uma vez marcando aquela paisagem.
- Cliente: Elaia Lagar