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Arquitetos: Christensen & Co Architects
- Área: 1800 m²
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Fotografias:Adam Mørk
Entre o céu e o oceano
Na beira de Øresund, onde o céu encontra o oceano atrás do Freeport e o Terminal de Container está o novo centro de tratamento de solos, o Centro de Solos de Copenhagen. É aqui que milhares de metros cúbicos de solo escavado de projetos da construção civil e da construção do metrô da Grande Copenhagen irão criar novo solo para a nova área urbana de Nordhavn.
Os funcionários deste centro analisam e dão destino adequado para solos contaminados, garantindo que será reutilizado de maneira ambientalmente segura. A paisagem de Nordhavn é plana mas se transforma num cenário em constante mudança, com grandes pilhas de solo e enormes escavações. Mais que tudo, parece uma paisagem inóspita lunar com restos de materiais de construção. À nordeste do Centro de Solos de Copenhagen, a paisagem é essencialmente verde, com colinas que se alternam com pequenos lagos e córregos d'água. É um lugar onde a natureza selvagem prevalece, com cantos de pássaros que se revezam com gaivotas e cisnes, e é aonde animais em perigo de extinção encontram lar. Isso levou à decisão de se preservar a área do jeito que ela é. Com este contexto único o Centro de Solos de Copenhagen se destaca na natureza com sua volumetria característica e fachadas em vermelho. O edifício é uma silhueta distinta contra o vasto horizonte, mas ao mesmo tempo, uma parte integrante da paisagem.
Espaços completamente diferentes em apenas uma forma escultura
O edifício escultural estabelece o limite de proteção entre áreas com tráfego de máquinas pesadas e o ambiente natural protegido, e com seu formato ondulante, o edifício cria espaços que estão frente ou ao local de recebimento de solo ou frente ao terreno natural. As fachadas são revestidas em chapas de metal enferrujadas. Na cobertura, a abundante quantidade de substrato permite o crescimento de grama alta, e com o tempo, arbustos e até árvores de pequeno porte se desenvolverão, compensando a área construída, e ajudando na preservação da biodiversidade natural da área. As chapas de metal da fachada são protegidas por uma camada vermelha de ferrugem, conectando-o visualmente com a área e o perfil ambiental do edifício. Ele oferece, além da bela cor vermelha, uma superfície sólida que pode resistir a poeira e sujeira neste ambiente hostil.
O centro consiste de uma série de espaços e funções diferentes, e o formato do edifício se definiu através da necessidade particular de altura e espaço. O edifício consiste de uma seção de escritórios para os funcionários, laboratórios, vestiários, duas grandes estações de trabalho, além da garagem e espaços de almoxarifado. No centro do edifício, a seção de escritórios cria um oásis tranquilo com a vista do entorno através das janelas cuidadosamente posicionadas, cada uma delas enquadrando belas vistas da paisagem ou das águas de Øresund. Ao mesmo tempo, a posição das janelas na fachada otimiza o uso da iluminação natural, para que o caráter e qualidade desta luz se torne parte integrada da narrativa arquitetônica.
Um interior verde e exuberante
Quando se acessa o edifício pela entrada principal, é possível ver através do edifício para o terreno natural atrás dele. Duas grandes árvores internas, junto com uma bela parede verde, criam um agradável contraste interno à paisagem externa que é arenosa e rústica. Vestiários, laboratórios e a seção de escritórios estão situadas em um elemento interno que quase parece uma grande peça do mobiliário situado entre altas paredes de concreto.
A seção de escritórios está no primeiro pavimento, enquanto que os vestiários e laboratórios estão no térreo. Um grande número de aberturas zenitais enchem o edifício de uma agradável luz da cobertura, e junto com as janelas da fachada permitem boas condições de luz natural para a seção de escritórios. A planta baixa estimula a sinergia interdisciplinar entre os diferentes departamentos do centro, que tem funcionários que vão desde engenheiros à motoristas de retroescavadeiras. Os materiais do interior são dominados pelo concreto aparente das paredes externas, enquanto que as paredes internas e mobiliário fixo são feitos de painéis de compensado de madeira, e os pisos de concreto queimado.
O primeiro edifício com certificação DGNB em Nordhavn
O Centro de Solos de Copenhagen em Nordhavn é o primeiro edifício na Dinamarca com certificação DGNB, sigla em inglês para o Conselho Alemão de Construções Sustentáveis. É um edifício de energia zero, que combina medidas de eficiência energética passiva e ativa, além de materiais e aspecto sociais adequados.
O projeto do edifício resulta em um consumo extremamente baixo de energia, sendo que a energia utilizada provém de uma fonte de energia geotérmica de muitos quilômetros de encanamentos por sobre o asfalto preto frente ao edifício assim como painéis solares na cobertura.