Numa parcela de 1,8 hectares, com luz de norte e boas vistas ao mar, se projetou a casa para uma família de cinco pessoas, com espaços complementares e abertos. A casa está situada na parte inferior do terreno para facilitar a proximidade à praia e a distanciar-se da rua e dos vizinhos. Duas asas com tetos de cobre conectam-se num ponto central, onde se encontra a entrada e a escada que leva ao nível térreo.
A forma triangular da planta genera-se pelas vias internas previstas no programa e uma exploração ótima das vistas. Com a localização na parte inferior do terreno, o teto do edifício converte-se numa quinta fachada da casa, e talvez a mais importante, sendo visível desde o acesso. A geometria geral dá à casa uma condição “topográfica” de continuidade com o resto do jardim existente.
Todos os dormitórios têm vista ao mar; esta prioridad fez necessário dispor as janelas orientadas a norte. Em consequência, uma clarabóia orientada ao sul está construída para oferecer uma segunda entrada de luz natural. O dormitório principal forma um corpo situado na parte mais próxima à praia e isolado do resto da casa.
A zona com a melhor orientação está reservada para a sala de estar e jantar. É acessada a pé em torno a um pátio interior da piscina, que isola o espaço central da sala, entre dois espelhos opostos de água: um reservatório artificial e a superfície natural do mar. Este espaço conta com um generoso pano de vidro, com vistas à paisagem circundante.
A planta baixa contém os espaços auxiliares: escritórios, academia, sauna, depósito e dormitórios. A piscina, localizada no centro da casa, penetra em seu interior junto à sala. Duas garagens exteriores estão dispostas fora da casa: uma conectada com a cozinha e outra com uma prolongação da academia e do dormitório de convidados.
Inicialmente, o exterior da planta baixa foi planejado para ter uma parede com terminações de pedra seca, em continuidade com as paredes vizinhas, com a primeira planta com fachada de concreto e teto de zinco. Porém, mais tarde, ao ver as primeiras paredes de concreto construídas, os proprietários sugeriram a possibilidade de mantê-las assim, o que fez com que se mudasse o conceito original. Finalmente, se desenvolveu uma fachada de pedra de granito, a fachada superior de madeira com persianas de concreto e um teto de lâmina de cobre.
O sistema de apoio dos grandes volumes do edifício, concebido originalmente como vigas atirantadas, se resolveu com um sistema de pilaretes de aço cilíndricos de 16 cm de diâmetro. Sua delgadez e suas inclinações arbitrárias se relacionam formalmente com o pinhal circundante e ajudam a potencializar o peso visual das asas dos dormitórios e da sala de estar/jantar.