Dos arquitetos: Um lugar de encontro e promoção da cultura das cidades da região dos lagos. Um objeto construído que promova a fruição e contemplação da paisagem circundante, especialmente das visuais das lagoas. Um espaço de uso público que permita as atividades da comunidade local.
A concepção do projeto do Centro Cultural de Eventos e Exposições de Cabo Frio leva em consideração as seguintes premissas:
- A priorização das visuais do entorno natural e construído, não só a partir da edificação, mas também da rua, da praça e dos demais espaços, criando-se uma relação forte entre edifício, cidade e paisagem natural.
- A qualificação da relação entre espaços interiores e exteriores, promovendo flexibilidade nos tipo de usos.
- A organização do lote em 3 setores distintos: estacionamento/serviços, edifício e praça.
- A promoção de um espaço público a ser utilizado pela comunidade local, mesmo quando não ocorram eventos no pavilhão.
Atendendo às premissas, o programa foi organizado num volume único que abriga as principais atividades culturais no nível do chão. Propõe-se a flexibilização dos ambientes internos do pavilhão de forma que possa ter várias configurações. Para isso, foram desenhados auditório e salas de reunião que permitem o recolhimento das paredes e, consequentemente, o aumento significativo das áreas expositivas.
Além dessa maximização interna do nível térreo foram propostas, junto à fachada da praça, portas tipo guilhotina que permitem integrar espaços internos e externos, conectando a praça de eventos externa aos ambientes cobertos do pavilhão cultural. O piso da praça é composto de módulos pré-fabricados de material cimentício granulado e permeável à água.
Como complemento ao programa, sugere-se a construção de um mirante de acesso público, que abrigue também os reservatórios d'água superiores. Esse elemento contrapõe a volumetria horizontal do edifício principal, ao mesmo tempo em que serve de marco vertical de referência do Centro Cultural na paisagem local. Na base deste elemento sugere-se também, eventualmente, a montagem de um palco para apresentações ao ar livre, permitindo a ampliação do alcance das atividades possíveis. Calcula-se que esta área livre externa possa abrigar até 10.000 pessoas confortavelmente.
Durante a noite, luminárias posicionadas no alto do mirante iluminam a praça, garantindo o uso pela população inclusive no período noturno.
O trecho do edifício junto à linha d'água possui dois pavimentos onde se localizam a praça de alimentação e o restaurante, podendo assim atender também a eventos no espaço expositivo principal. Dessa porção frontal é possível usufruir das visuais da lagoa e da paisagem circundante, característica da região dos lagos.
Outra sugestão de complemento ao programa de necessidades é a construção do píer sobre a lagoa. Este elemento amplia o uso do espaço público, uma vez que é a extensão natural da praça sobre a água.
A construção do pavilhão adota uma estrutura mista constituída de dois sistemas principais. Nas duas laterais mais longas são construídas vigas em concreto armado que fazem também a função de fachadas. Para a cobertura do pavilhão propõe-se um sistema de treliça espacial em alumínio, que possa garantir a rápida fabricação e montagem. A ideia central por trás desses sistemas é minimizar o impacto da corrosão salina nas peças estruturais.
Nas coberturas e junto ao mirante encontram-se as áreas técnicas: subestação, geradores, casas de bombas, reservatórios e equipamentos de climatização.