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Arquitetos: SKEW Collaborative
- Área: 110 m²
- Ano: 2012
Descrição enviada pela equipe de projeto. A alteração e ampliação do Apartamento Wulumuqi Road tirou vantagem de uma interpretação de uma política local de embelezamento urbano na cidade de Xangai. Havia uma política abrangendo toda cidade (平改坡) em que telhados de telhas de cerâmica vermelhas estavam sendo adicionados às coberturas planas de concreto de habitações modernas, consideradas enfadonhas e desprovidas de caráter cívico ou tradicional. As habitações monótonas qualificadas para estas alterações tendiam a ser blocos habitacionais construídos apressadamente pelo Partido Comunista nos anos 1940 e 50. Entretanto, o local para este projeto foi um conjunto de habitações particularmente mal construído dos anos 1930.
No redesenho deste apartamento no último pavimento, a cobertura plana original foi parcialmente demolida para dar lugar à adição de um sótão. Este sótão teve como referência a forma vernacular das mansardas encontradas na vizinhança. A forma triangular de seu telhado serviu como um arquétipo que foi rigorosamente aplicado a este projeto - com todas as suas implicações de estrutura, envoltório e geometria. A adição de um dormitório e escritório no sótão possibilitou a liberação do pavimento principal como um grande espaço de estar aberto com uma cozinha, ao invés de seus tradicionais dormitórios e sala de estar emparedados.
VERNACULAR PRIMER
Em um nível formal, a triangulação do plano do telhado - necessária em uma mansarda para levar luz natural para o interior do sótão - foi extrapolada para dar forma ao teto, paredes e escada nova. Iluminação indireta artificial foi conseguida ao esconder luzes ao longo dos limites dos triângulos sobrepostos que formaram as paredes e o teto. A escada tomou uma forma similar, onde cada piso e balaústre foi separadamente articulado para marcar o ápice dessas superfícies triangulares graduadas.
NOVOS PROGRAMAS E FORMAS PARA HABITAÇÃO CONTEMPORÂNEA
No nível programático, a nova forma contínua não só deu origem à expressão fluida da escada, mas também forneceu uma lógica de organização para outras necessidades funcionais do apartamento, como acesso ao telhado em um pequeno pátio aberto, ou um interior naturalmente refrigerado, onde o ar quente é capaz de subir e sair através das novas janelas do sótão. O restante do apartamento foi mantido relativamente plano e simples, onde as janelas de aço industrial existentes, piso de madeira e paredes de gesso branco foram mantidos, antecipando o desenvolvimento dos elementos do novo espaço do sótão.
CONTEXTO HISTÓRICO
Este projeto procura se misturar ao entorno ao adotar a política da cidade de gerar mais habitações de telhados inclinados de caráter cívico. Sem envolver-se em um debate estético do que constitui uma linguagem mais contemporânea de arquitetura, este projeto simplesmente toma a cobertura inclinada como o vernáculo moderno de Xangai nos anos 1930, e reconstrói uma nova narrativa em torno desta genealogia. A construção do telhado do novo sótão foi feita com telhas de cerâmica, tijolos e vigas de madeira recicladas de edifícios demolidos na vizinhança, e um construtor local foi contratado para realizá-la da maneira antiga, usando calhas e rufos de chapas metálicas tradicionais e acessíveis. A concepção deste projeto modifica a adaptação da janela de mansarda e telhado inclinado vernaculares. Alem de conectar-se visualmente à herança moderna de Xangai dos anos 1930, este projeto conecta-se mais profundamente às raízes socioeconômicas de seu entorno ao procurar a antiga geração de profissionais e artesão que pudessem não só utilizar suas habilidades, mas também reconstruir com materiais reciclados de uma cidade passando por rápidas demolições e transformações.
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS
A contribuição principal deste projeto para práticas de construção sustentáveis seria o uso máximo de materiais reciclados e a manutenção da arquitetura original. O desejo de utilizar materiais reciclados e profissionais locais também significou que a pegada de carbono pode ser mantida mínima. A maioria das estruturas e materiais de construção adicionados ao sótão, como telhas cerâmicas, tijolos e vigas de madeira recicladas, vieram de locais vizinhos passando por demolições. Outro desafio notável foi como o tecido arquitetônico original foi mantido para assegurar que o caráter da arquitetura estivesse protegido. Por exemplo, janelas de aço originais foram mantidas em detrimento de janelas de alumínio padronizadas, mas tiveram que ser equipadas com vidro e vedação isolante. Como as antigas esquadrias de aço tinham perfis transversais muito pequenos, a ausência de uma ruptura térmica se tornou uma questão menos problemática. Sistemas de aquecimento suplementares e radiadores também foram colocados ao longo dos perímetros onde estão as aberturas, minimizando perdas e ganhos de calor.