Dos arquitetos: O edifício pretendido tem a responsabilidade de valorizar o turismo, o comércio, a gastronomia e o patrimônio cultural da cidade de Nova Friburgo e do circuito serrano do Rio de Janeiro, abrigando suas feiras, festivais e os demais eventos oriundos dos negócios realizados na região. Além disso, deve oferecer à população local um lugar de convívio ou até mesmo um ponto de parada e contemplação das belezas naturais e desta intervenção antrópica aos viajantes.
Um edifício que potencialize a flexibilidade de usos e aproveite o seu sítio de implantação. Um espaço de encontro e promoção da cultura das cidades da região serrana do Rio de Janeiro. Um objeto construído que promova a fruição e contemplação da paisagem circundante.
A concepção do projeto do Centro Cultural de Eventos e Exposições de Nova Friburgo leva em consideração as seguintes premissas:
- A qualificação da relação entre espaços interiores e exteriores, promovendo flexibilidade dos tipos de usos.
- O aproveitamento da geometria do lote de modo a criar espaços livres, setorizando os usos: eventos, serviços e estacionamento de modo a permitir o máximo de flexibilidade.
- O entendimento do edifício como objeto referencial posicionado às margens de uma rodovia, propondo uma volumetria de clara visualização e reconhecimento por parte dos usuários em deslocamento.
Dessa forma, o programa foi organizado num volume único que abriga as principais atividades culturais no nível do chão. Propõe-se a flexibilização dos ambientes internos do pavilhão de forma que possa ter várias configurações. Para isso, foram desenhados auditório e salas de reunião que permitem o recolhimento das paredes e, consequentemente, o aumento significativo das áreas expositivas.
Além dessa maximização interna do nível térreo foram propostas, junto à fachada norte, portas pivotantes, que permitem integrar espaços internos e externos, conectando a praça de eventos externa aos ambientes cobertos do pavilhão cultural. O piso da praça é composto de módulos pré-fabricados de material cimentício granulado e permeável à água.
Como complemento ao programa, sugere-se a construção de um palco para apresentações ao ar livre, permitindo a ampliação do alcance das atividades possíveis. Calcula-se que esta área livre externa possa abrigar até 10.000 pessoas confortavelmente.
Aproveitando-se a declividade natural do lote para os fundos desenhou-se uma área de serviços e carga e descarga na cota mais baixa do terreno.
Esse trecho do edifício constitui-se de três pavimentos, sendo que os dois superiores abrigam a praça de alimentação e um restaurante, podendo assim atender também a eventos no espaço expositivo principal. Dos pisos superiores é possível usufruir das visuais generosas da região serrana em direção ao leste da gleba.
A construção foi pensada de modo a utilizar o máximo de pré-fabricação e industrialização dos componentes, daí a escolha da estrutura metálica, por exemplo. Além de garantir uma construção mais rápida, esse sistema garante a economia de materiais e a racionalidade na construção.
Nas fachadas, utilizou-se um sistema de dupla envoltória, permitindo a filtragem da luz natural e seu aproveitamento. A cobertura do espaço de exposições em sheds conta com um sistema automatizado de medição e regulagem da iluminação solar, controlando assim as necessidades de luz interior e equilibrando a demanda de energia elétrica consumida.
Nas coberturas e abaixo do palco exterior encontram-se as áreas técnicas: subestação, geradores, casas de bombas, reservatórios e equipamentos de climatização.