-
Arquitetos: Diana Radomysler, Lair Reis, Studio MK27 - Marcio Kogan
- Área: 773 m²
- Ano: 2012
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa P é um jogo de encaixe. Rotacionar três volumes ao redor de um núcleo gerou não só uma particular dinâmica espacial, mas também diferentes relações visuais entre os cheios e os vazios, entre as áreas privadas, semiprivadas e a vista para a cidade.
Seu terreno está situado do lado de lá do rio Pinheiros, um dos principais rios que definem e entrecortam a cidade de São Paulo, em um bairro essencialmente residencial, o Morumbi. De lá, é possível ver todo o vale ocupado por casarões ajardinados, o rio e, na outra margem, mais uma colina, a região corporativa da cidade que desenha o típico skyline metropolitano com seus arranha-céus.
Três andares abrigam o programa: jardim, terraço com lareira e churrasqueira, sala de televisão, sala de estar e jantar, lavabo, cozinha, quatro quartos, escritório e sala da família. No subsolo: garagem, lavanderia, quartos de serviço e sala de ginástica. O núcleo de circulação é composto por uma escada contínua engastada em uma empena estrutural. Esse bloco, que organiza a estrutura e distribui os fluxos, é o pivô ao redor do qual os volumes são rotacionados.
Os volumes desenvolvem-se para criar constantes e distintas relações entre os espaços internos e externos. Os quartos, no segundo andar, olham para a piscina e aproveitam o deck sobre a cobertura das salas. A caixa dos quartos projeta-se para os dois lados da caixa das salas. De um lado, o balanço acolhe a entrada principal da casa, do outro, sombreia o terraço.
O movimento espiral continua com a terceira caixa que se apoia na segunda e projeta-se sobre a primeira. Ela sombreia a janela do quarto principal e parte do deck, ao mesmo tempo, cria novas relações visuais com os quartos e o terraço.
Todas as caixas são formalizadas por frames de concreto aparente. A sala e os quartos têm suas laterais fechadas por painéis de madeira freijó que filtram a luz e permitem ventilação cruzada e permanente. Já a sala da família, no andar mais alto, é fechada apenas por vidro, para preservar a vista.
O resultado é a potencialização da interação, do cruzamento de olhares e vetores em meio ao jardim: olhares contemplativos para vista e as copas das árvores ao redor da piscina, olhares que se voltam para a própria casa, sua volumetria e, sobretudo, para a sua vida.