AGUA VERMELHA 2
A população tem percebido o rio como um lugar inóspito, sujo e desagradável. Por este motivo a cidade informal tem crescido sobre o rio ou dando as costas para ele. O objetivo do projeto é aproximar o rio da população. Mostrar-lhe a imensa riqueza que representa ter um rio e seus sistemas perto de casa e incentivar a interpretação das dinâmicas que ocorrem ali. Incentivá-la a participar das iniciativas de conscientização pela preservação do meio-ambiente.
A estratégia é gerar um grande Parque linear que potencialize o corredor verde fluvial e faça uma suave transição entre este ecosistema e o tecido urbano existente. A multiplicidade de serviços que são prestados na comunidade consolida esses eixos cívicos de convivência e de intercâmbio cultural e permite à população reconhecer o delicado sistema ambiental que a rodeia.
O paisagismo tem um papel relevante nesta operação de cirurgia urbana, como instrumento de pacificação do tecido urbano, gerando nele conectividades e dotando de qualidade ambiental uma porção da cidade que carece de identidade.
Através de um estudo pormenorizado dos sistemas fluviais, se levarão a cabo as operações técnicas adequadas para que a população fique livre das inundações.
Parte da população será realocada para um terreno próximo ao rio Tietê, contido em uma zona de baixa densidade. O terreno é resultado de um aterro cuja terra é proveniente de escavações feitas na região para construção de uma represa de contenção das águas pluviais, que servirá também para ativar a presença da fauna e flora autóctonas. Sob os novos edifícios de habitação a presença do aterro foi um recurso utilizado para a criação de subsolos de estacionamento sem a necessidade de escavação do terreno original.
Dada a circunstância de que a zona de projeto faz parte de uma área qualificada como MACROZONA DE PROTEÇAO AMBIENTAL – ZPDS (ZONA DE PROTEÇAO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL), a qual prevê assentamentos com densidade muito baixa, esta proposta identificou a impossibilidade de realocação nas proximidades da totalidade das moradias removidas. Diante da intenção de respeitar o Plano Regional Estratégico da Subprefeitura de São Miguel e considerando que esta área possui um alto valor ambiental, foi uma decisão de projeto realocar um grande número de domicílios para outras regiões.
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