O SESC Belenzinho dentro da mostra artística do Fórum Cultural Mundial apresentou a programação especial Tradição e Resistência “Encontro de Povos Indígenas”. Para a concepção do espaço foram chamados os arquitetos Gianfranco Vannucchi e Jorge Königsberger. Para o evento seria necessário um espaço que abrigasse conferências, rituais e oficinas – para aproximadamente 300 pessoas – e representasse a simbologia indígena sem ser uma reprodução literal de suas tipologias.
Com apenas 15 dias para a concepção e construção do espaço, os arquitetos optaram por uma releitura que evidenciasse alguns elementos da cultura indígena, tais como o círculo e a transparência.
O projeto definiu-se pela integração de dois círculos. O primeiro, uma praça com o piso de terra vermelha batida, limitada por dez toras de eucaliptos que serviam também como suporte para a iluminação, propiciou a diversas etnias indígenas realizar seus rituais.
O segundo círculo sugeria uma releitura da OCA, com base circular de 24 m coberta por seis gomos de chapa de aço galvanizado (com um pé-direito de 4m) e uma abertura zenital, ao mesmo tempo que proporcionou a execução de fogueiras dentro do ambiente – pratica constante nas cerimônias indígenas – permitiu ao visitante vislumbrar o céu.
A fluidez entre os espaços veio da configuração da OCA que diferente da original, possuía seis aberturas com um semi-fechamento de ripado de pinho, inspirado nas tramas de maneira das construções indígenas, que resolveu um problema térmico sem ser um elemento estanque.
Duas cortinas de sisal marcaram a entrada principal do espaço. Apesar de ter sido projetada para o evento a OCA não foi desmanchada e atualmente abriga um espaço alternativo para a apresentação de peças infantis.