Charles Correa Associates projetou este centro de pesquisa e diagnóstico em Lisboa. É um equipamento de alto padrão comandado pelos melhores cientistas do mundo. Correa diz: “O que me deixa mais orgulhoso desse projeto é que NÃO é um Museu de Arte Moderna. Pelo contrário, é aqui que se aplicam os mais altos padrões da ciência e medicina contemporâneas para ajudar pessoas que lutam contra problemas reais: câncer, danos cerebrais e cegueira. E para abrigar esse tipo de atividades altamente avançadas, tentamos criar uma obra de arquitetura. Arquitetura como escultura. Arquitetura como beleza. Beleza como terapia”.
O terreno, onde o rio encontra o oceano Atlântico, está mergulhado em história. É o local onde Henrique o Navegador, Vasco da Gama e outros grandes portugueses partiram para suas jornadas rumo ao desconhecido – a metáfora perfeita para as descobertas de hoje da ciência contemporânea, aponta Correa.
As três unidades que constituem o projeto (a maior para os doutores e cientistas, a segunda para o teatro, o salão de exibição, a fundação de escritórios etc., e a terceira para um anfiteatro descoberto para a cidade) foram organizadas para criar um percurso de 125m de comprimento, atravessando diagonalmente a área e orientando-se para mar aberto.
Este caminho é inclinado (em um declive suave de 1:20) – que, conforme se sobe, vê-se apenas o céu a sua frente. Ao fim da rampa estão dois monolitos de rocha vindos direto de uma pedreira. Quando se atinge o ponto mais alto, começa-se a ver o grande corpo d’água que parece se conectar (isto é, sem nenhuma barreira visual) ao oceano distante. No centro deste volume d’água, logo abaixo da superfície, está um objeto de forma oval, feito de aço inoxidável e ligeiramente convexo para que reflita o céu azul e as nuvens que passam acima.