O estreito terreno está entre edifícios vizinhos antigos em Landskrona, Suécia. Desde a metade do século XX, o local esteve vazio, esperando atrás de uma cerca de madeira. Tem apenas 5m de largura com uma área reduzida de 75m². As construções adjacentes são baixas, mas a rua está repleta de edifícios de diferentes alturas, tamanhos, materiais na fachada, épocas e abordagens. Atrás dessa sequência de edificações existe um mundo colorido de jardins, muros de tijolo, terraços e vegetação. Acreditamos que este lugar pequeno, heterogêneo e naturalmente desgastado seja extremamente bonito.
O edifício se relaciona com o entorno em escala, proporção e na forma como se agrega ao ritmo estabelecido de construções altas e baixas ao longo da rua. Uma casa de cumeeira escalonada, inserida perpendicularmente, é um importante ancestral em especial. Todavia, nosso objetivo é criar um contraste nítido para expressar a claridade inerente e, acima de tudo, para iluminar a beleza do entorno. Nossos clientes, um casal do sexo masculino que ama arte e que instalará um café em uma cidade maior próxima, pretendem realmente viver aqui. Eles enxergam o potencial desse pequeno munícipio acima dos atuais problemas econômicos e sociais da região.
Laje comprimida, pés-direitos não convencionais e pavimento térreo rente ao nível da rua permitiram ajustar três pisos em um volume alinhado às coberturas vizinhas. O interior consiste em um único espaço, suavemente dividido por três placas de aço aparentes. Essas abrangem toda a largura da casa e dividem seu programa – cozinha, sala de jantar, sala de estar, biblioteca, dormitório, banheiro e terraço na cobertura. Um escritório em casa para um negócio lateral crescente de comércio de arte é locado em um volume separado do outro lado do jardim dos fundos. Os espaços mecânicos e de serviço estão alojados próximos à entrada de vidro pela rua.
Nossa intenção é usar pequenos meios para criar uma matriz de diferentes experiências espaciais em um projeto tão reduzido. A divisão de um único espaço busca uma sequência ativa e não minimalista de ambientes arejados e confinados, nichos, interiores e exteriores, vistas horizontais e verticais bem como olhares para cuidadosamente enquadrados para a cidade. A continuação do espaço interno estende-se para a rua, para dentro do edifício e para o céu acima.
As aberturas para todas as direções geram um edifício tanto monolítico como transparente. Todas as fachadas são trabalhadas igualmente, expondo o interior e promovendo vistas através dos orifícios sejam pela frente, pelo fundo ou pelos lados. As fachadas vizinhas são fechadas apesar de possuírem algo realmente humano sobre o tato, o detalhe e o ornamento. Queremos contribuir para a rua com uma borda desvanecida para a esfera privada, com artefatos, mobiliário, plantas e pátios; traços da presença humana, da consideração e do cuidado.