A meio caminho entre o jardim do Príncipe Real e o jardim botânico descobre-se no piso térreo de um edifício oitocentista a mais especializada pastelaria francesa da capital, a “Poison d’Amour”.
Decidiu-se que a arquitectura deveria assumir um papel discreto o que ditou um diálogo de luz entre o somatório de todas as cores e a ausência de cor (preto e branco), cenário para um desfile de produtos que por si só já são muito coloridos, ou seja, um ambiente neutro para a patisserie française brilhar.
Criámos uma cinta, desligada de toda a estrutura original, e todos os elementos, paredes, tectos e pavimentos foram pintados a preto mate, ficando somente à vista o revestimento em pedra de lioz do arco que se apresenta na sala de entrada. A cinta branca imaculada circunda todos os espaços, criando uma relação entre os vários compartimentos, sendo que ao mesmo tempo permite dar suporte a qualquer tipo de intervenção decorativa por parte do Cliente. A cinta, permitiu passar a maioria das infraestruturas por detrás apoiando-se na estrutura de suporte da cinta e evitar a abertura de roços e entulho, tornando assim a obra mais célere e económica. Substituíram-se todas as caixilharias existente por perfis em aço mais esbeltos e sem travessas, permitindo estabelecer uma relação mais forte entre interior e exterior.
A pastelaria desenvolve-se a partir de uma sala de entrada ampla, dividida por um arco, perpendicular à fachada o balcão de produtos em pedra calcária “Pele de Tigre”. Nesta Sala podemos contemplar a exposição de produtos, desde os petit gateau aos coloridos macarons, servidos na salão de chá à esquerda.
A caminho do jardim, passamos à esquerda pelas instalações sanitárias, seguindo-se a cafetaria e o respectivo balcão também em “Pele de Tigre”. A partir da cafetaria podemos observar o jardim/ esplanada que por sua vez se estende sobre o Jardim Botânico. Da zona de cafetaria acede-se também ao Laboratório/cozinha, às instalações sanitárias para funcionários e à zona de arrumos.