Pueblo Bolívar
Esta pequena cidade no meio do nada, de 100 habitantes, teve a grande sorte de chamar-se Pueblo Bolívar, razão pela qual o Presidente Chávez em uma de suas visitas ao Uruguai –ao inteirar-se disto- decidiu apoiar e colaborar com a cidade. E assim, surge este Centro cívico.
O pavilhão abriga um salão de uso múltiplo (assembléias, casamentos, palestras, etc), banheiros públicos, uma clinica e vestiários para uma quadra de futebol semi profissional e jogos para crianças. Pretende ser o novo centro da cidade, seu ponto de reunião.
Este edifício tem dois fortes pontos de partida. O programa e o lugar, lugar no sentido mais amplo, que tem as seguintes condicionantes: uma paisagem muito bonita; calmo; um ponto alto na cidade; ótimas vistas; uma quadra existente; mas, por outro lado é um local de gente bastante humilde, metade de adultos, e a outra de crianças, com poucos recursos. E por isso, com pouquíssima capacidade de conservação, muito dependente do governo local. E assim, a durabilidade e baixo custo de manutenção foram as premissas mais importantes. Edifício simples, austero.
Utilizamos o concreto armado e tijolo, materiais nobres de boa qualidade, com um bom envelhecimento. As janelas foram feitas de lapacho, madeira dura e boa durabilidade, de modo que as “grades” são feitas também em madeira, não tanto pela segurança, mas pela manutenção e precaução com a dos vidros.
Esta peça, como um artefato, é colocada em um terreno doado pelo governo local. É o programa que a define, e uma geometria muito racional, para se alcançar um projeto simples e limpo. O programa define os diferentes espaços, criando-se quatro áreas separadas por corredores; o edifício perfura, abranda, dissolve um pouco a presença desta peça e a faz mais permeável e transitável às pessoas, às vistas e aos contatos.
Uma galeria unifica o edifício e relaciona as partes, o edifício vira-se à quadra existente, e, agora, a melhora. O edifício é um espaço publico, quer ser um lugar cívico, um pequeno fórum romano, um pequeno lugar de encontro.
Características construtivas
O projeto define-se por duas peças de concreto, uma o piso, e a outra o teto, constituindo o espaço “entre”. É ali onde se desenvolve o programa do edifício, em uma peça com paredes de tijolo à vista no exterior, e interiormente, paredes brancas (usando-se gesso ou cerâmica), demarcando claramente interior/exterior. Materiais de simples construção e acabamento e aberturas em madeira dura.
Informação Complementar:
- Construtora: Medina &Possamai
- Cliente: Fundação Simón Bolívar
- Texto original em espanhol: g+ Gualano+Gualano Arquitectos
