Arquitetura e Organismos
A construção do Orquideorama originou-se da interação entre a arquitetura e os organismos vivos. Não existe distinção entre o natural e o artificial, mas a relação é de unidade o que permite definir a organização material, ambiental e espacial.
Duas Escalas do Orgânico
Neste projeto os meios orgânicos foram definidos em duas escalas, e cada uma delas apresenta diferentes aspectos do projeto: uma é a escala micro, que possuí princípios de organização material e também as estruturas da vida natural. Além disso, encontramos a escala das formas vivas externas e visuais, que permitem nossa aproximação aos fenômenos ambientais e perceptuais.
Organização Material
No projeto a escala micro (organica) foi organizada através de leis flexíveis e padrões geométricos (uma colméia / um tecido celular), permitindo definir a criação de um módulo nas plantas denominado ”flor-árvore”, composta por sete hexágonos. Sua repetição flexibiliza o crescimento e a expansão do projeto, o controle, a organização do programa e a geometria do terreno.
Fenômeno Ambiental
A escala externa das configurações vivas, especialmente considerando flores ou árvores, nos define a percepção de uma grande floresta ou jardim com sombra, além de um sistema estrutural de troncos ocos ou pátios que exercem um controle moderado de temperatura, da umidade e das reservas de água.
Fazer Arquitetura Semeando
A proposta do Orquideorama segue a premissa do cultivo de um jardim: uma flor cresce ao lado de outra, até que se define um conjunto aberto de flores-árvores modulares.
Sistema Flexível
Mais do que uma forma limitada e fechada, foi escolhido um sistema modular de agrupamento e crescimento flexível: o projeto construído agrupa 10 flores-árvores, que ao final, se comportam como um sistema em espera, que podem crescer a qualquer momento ou podem ser reproduzida em outro lugar.
Restituição da folhagem
Substituindo a estrutura de caráter industrial existente, por estar inserido na floresta nativa do jardim botânico, o novo Orquideorama é como um jardim em maior escala e através de suas pétalas cobertas, restaura a forma de uma folhagem faltante. Mais que apenas uma cobertura, se construíu uma superfície superior com as qualidades de iluminação e ambientais das folhagem.
Um Orquideorama não é uma nave industrial
A arquitetura industrial, de ampla iluminação e coberturas opacas se distancia amplamente do que deveria ser um Orquideorama: A estrutura existente e suporte da nova estrutura, gera luz a 21 metros de altura e funciona como pátio de plantas e animais que conecta o biótico ao esforço estrutural.
Tectônica da Flor-Árvore
- Estrutura de tronco oco: definida por seis colunas de aço que compõem um jardim e determinam a posição das redes elétricas e hidráulicas.
- Estrutura de pétalas – cobertura: construída com vigas metálicas.
- Coleta de águas: cada pétala é intercalada com cobertura de telhas translúcidas de policarbonato e telhas opacas metálicas, que conduzem a água para uma espécie de canoa que define o perímetro interno do pátio que, em seguida, desce ao solo através de canaletas de metal camufladas com a estrutura arbórea.
- Cobertura do tronco oco: o módulo hexagonal central de casa flor-árvore é coberta com tecidos sintéticos que protegem as plantas do impacto da chuva, do granizo e luz solar direta.
- Folhagem - teto falso: foi proposto o uso de madeira de pinheiros provenientes de reflorestamento, que compõem os tecidos translúcidos.
- Solos: projetou-se um tipo de pavimento triangular de concreto, que ajuda a manter a umidade necessária para que as plantas tropicais possam ter um desenvolvimento adequado.