QUESTÃO
O Rio de Janeiro é uma cidade infestada por automóveis e engarrafamentos, repleta de conflitos entre veículos e pessoas no espaço público. Fruto de omissão e incompetência do planejamento das últimas décadas, aliados ao rodoviarismo e ao individualismo inconsequentes, este cenário se mostra distante da sua reversão.
A atual política de implantação de corredores exclusivos de transporte público ainda engatinha na direção de oferecer conforto e poder transformar o hábito dos cariocas para diminuir a presença dos carros na paisagem.
Por outro lado as áreas de lazer, majoritariamente localizadas ao longo da orla, se enchem cada vez mais de pessoas, sobretudo nos finais de semana, aumentando a demanda por novas áreas livres e sem veículos.
-como seriam as ruas do rio com ciclistas e pedestres no lugar dos carros? -como lembrar às pessoas sobre a possibilidade do deslocamento de bicicleta? -como ampliar a oferta de áreas de lazer na cidade?
A PROPOSTA: ‘DO PORTO AO PONTAL’
A proposta consiste em uma ação de efeito prático e simbólico, simples, capaz de promover novos espaços públicos e o reencontro das pessoas com a rua, com a bicicleta e com o rio.
A grande maioria das ruas e avenidas que ligam bairros da cidade sofre considerável redução de carga de veículos nos finais de semana, acarretando ociosidade e insegurança. São vias subutilizadas que sugerem, portanto, outras possibilidades de uso ao seu espaço.
A exemplo do que acontece com a orla da cidade aos domingos, propomos para os dias de baixo fluxo o fechamento de uma faixa de rolamento, através de sinalização adequada, para conversão em área de lazer contínua, como uma vias mais funcionais, reversíveis e capazes de articular e conectar efetivamente do Porto do Rio ao Pontal do Recreio.
Para isso prevemos a conversão em 3 trechos a seguir:
Eixo 1: Porto – Aterro do Flamengo: conversão da Av. Rio Branco
Eixo 2: Botafogo – Gávea: conversão das ruas São Clemente; Rua Humaitá; Rua Jardim Botânico
Eixo 3: Leblon – Barra – Pontal: conversão da Av. Niemeyer e Elevado do Joá
Como estratégia de implantação e reconquista dos espaços, propomos a conversão progressiva dos eixos 2,3 e 1. Inicialmente nos dias de menor uso e posteriormente, nos horários baixo fluxo para compartilhamentos diários.