O Prêmio Secil Universidades tem como objetivo incentivar a qualidade do trabalho acadêmico e o reconhecimento público de jovens oriundos das Escolas de Arquitectura e Engenharia Civil portuguesas. São atribuídos 5 prêmios na categoria arquitetura. Abaixo um dos vencedores da edição 2011: Centro Multifuncional e Residência de Estudantes / Simão Silveira Botelho.
Este projecto visa responder a três problemas fundamentais da Cidade Universitária de Lisboa: a falta de vida e a insegurança nocturna do seu espaço urbano; a escassez de lugares de encontro entre alunos de faculdades distintas; a inexistência de uma residência de estudantes dentro do pólo.
Pretende-se, então, criar um lugar unificador e simbólico que complemente os actuais edifícios de uso comum – reitoria e cantinas -, colmatando a falta de espaços comunitários na Universidade.
A integração de uma Residência de Estudantes, dos Serviços de Acção Social da Universidade de Lisboa, de Espaços de Estudo, Salas Polivalentes (para ensaios de tunas e aulas extracurriculares, entre outras actividades), um Estacionamento Público (que substitui aquele que hoje existe no local de implantação do edifício) e Comércio num único edifício permite gerar encontros diversos entre utentes da UL, assim como entre estes e a população em geral. Esta multiplicidade de funções é controlada através da gradação do nível de privacidade dos espaços (desde o mais público até ao mais privado) e da qualificação dos espaços de transição que os interligam.
Criaram-se 3 zonas com cunhos distintos:
Praça – local público de encontro entre utentes e não utentes da universidade;
Edifício Multifuncional – que serve exclusivamente alunos, professores e funcionários da universidade;
Corredores e pátios da residência de estudantes – apenas acessíveis aos seus habitantes e convidados.
Foi dada especial importância ao desenho dos corredores de acesso a salas e quartos, aqui entendidos como ruas interiores (salas de estar comunitárias onde existem zonas de estadia), e à qualificação das antecâmaras dos quartos, pensadas enquanto lugares de expressão da individualidade (nelas, os habitantes poderão expor objectos pessoais, que serão visíveis desde a rua interior através de uma janela). Desta forma, estimulam-se as relações de vizinhança e os laços sociais.