Trata-se de uma construção que ao longo de centenas de anos foi submetida a diversas ampliações. Contudo, por serem intervenções bastante antigas, a coerência arquitetônica que caracteriza esta construção é muito sólida.
Os métodos construtivos empregues nessas ampliações não retiraram as características fundamentais de um tipo de arquitetura muito característico da Madeira do passado.
Sobriedade da composição das fachadas, sem preocupação maior quanto a simetrias rigorosas, telhados de quatro aguas que transparecem a composição volumétrica interior, materiais de revestimento e composição tradicionais, são algumas das características que melhor identificam este exemplo de arquitetura.
Procedeu-se na sua reconstrução ainda que pela utilização de métodos e tecnologias mais recentes, sem admitir desvios aos princípios arquitetônicos da histôria desta construção.
A casa apresentava uma implantação que abrangia um socalco e no qual se integrava. Definiam-se dois pisos: um mais baixo que compreendia os antigos espaços destinados aarrimos e no piso superior a residência propriamente dita. A este piso correspondia uma planta retangular. Um volume contíguo compreendia uma pequena torre.
A intervenção amplia a casa na sua fachada de maior dimensão e aumenta a altura da torre dando-lhe maior proporção. O forno característico da casa, destruído pelo tempo, é recriado enriquecendo a composição volumétrica.
Agora, quando observamo esta casa de 400 anos, temos a apariência de uma moradia irrepreensivelmente mantida durante todo este tempo. A realidade é a de uma casa em ruinas, e de uma interpretação da arquitetura tradicional da ilha da Madeira que nos devolveu uma das suas peças mais importantes.