Os dois edifícios que formam o Robin Hood Garden estão construídos com painéis e elementos de concreto pré-fabricado, inclusive os elementos que conformam os muros perimetrais do terreno, reforçando a modulação visual e espacial proposta pelo projeto. Somente em alguns momentos essa modulação é rompida, naqueles pontos onde foram necessárias angulações em planta para se adaptar à configuração do sítio.
São as ruas elevadas, a cada três pavimentos, que cruzam e conformam essas angulações, gerando altos espaços permeáveis que coincidem com as circulações verticais dos edifícios. Tais ruas são largas o suficiente para se converterem em mais um espaço de convívio e lazer para os moradores. Além disso, através delas são conduzidas as instalações do edifício, aparentes pelo teto, e logo descendo por shafts abertos às circulações.
O bloco ocidental apresenta sete pavimentos e é quebrado em dois momentos angulares, ou seja, dois pontos de circulação. Já o bloco oriental apresenta dez pavimentos, porém é mais curto, com apenas uma angulação.
O conjunto totaliza 213 apartamentos, entre unidades de pavimento simples e unidades duplex. Cada edifício foi situado nas laterais do terreno, em sentido norte-sul, gerando um grande jardim comum ao centro. Sua particularidade são os morros gramados criados a partir da terra proveniente das escavações e de restos de construção.
As fachadas externas –que dão para a rua– e internas –que dão para o jardim– são bastante semelhantes em ambos blocos. A cor e o peso do concreto aparente, e a modulação marcada pelas esquadrias de vidro são as causas de sua unidade. No entanto, as fachadas com vistas ao jardim apresentam uma sutil diferenciação: o emprego da cor azul em paredes laterais e elementos metálicos. Sob uma vista em escorço fica clara essa estratégia. Alguma relação com suas streets in the sky parece ficar sugerida.