Em Detalhe: Restauração Paisagística do Aterro Sanitário de Vall d’en Joan / Batlle i Roig Arquitectes

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Graças ao projeto paisagístico, se consegue reabilitar 885 hectares de concavidade natural para convertê-la em um parque público; destacando na intervenção uma série de muros de gabião recheados de resíduos reciclados ou terra vegetal, que relembram o uso anterior do local.

O aterro foi aberto em 1974 no Vall d’en Joan, uma depressão do maciço de Garrafa, onde durante mais de 30 anos foi depositado o lixo da região metropolitana de Barcelona.

Em um momento os resíduos encheram esta concavidade, contaminando o aquífero subterrâneo e transformando sua topografia natural em terraços, taludes e rampas em zig-zag, para a circulação dos caminhões.

A atividade desenvolvida durante todos esses anos contaminou o lugar; segundo o arquiteto David Bravo Bordas “calcula-se que a contribuição ao efeito estufa do metano, liberado pela grande quantidade de massa de resíduos do aterro, representa, aproximadamente, 20% do total de gases de efeito estufa emitidos por Barcelona”.

O projeto começou no ano de 1999, financiado em conjunto pela Prefeitura de Barcelona, a Câmara de Barcelona, a Comunidade de Municípios, a Junta de Resíduos e a União Europeia, e só foi possível abrir ao publico em 2010, quando se finalizou o período de regeneração natural do lugar.

O projeto –que se transformou na porta de acesso ao Parque Natural del Garraf- respeitou a nova topografia, selando o lixo com uma lâmina impermeabilizante, uma camada drenante, de cascalho, de um metro de espessura e um filtro geotêxtil com uma capa final de terra vegetal.

Esta última capa foi reflorestada com espécies nativas, plantações agrícolas foram plantadas nos terraços, e árvores e arbustos sobre os taludes, enquanto as rampas foram reservadas para a circulação de pedestres e bicicletas.

Por outro lado,  os líquidos e gases, produzidos anteriormente pela massa de lixo, foram tratados, separando a circulação das águas pluviais afim de evitar seu contato com os resíduos e permitindo, então, seu uso para a regeneração e reflorestamento do parque.