O edifício para o alojamento de sargentos busca o mundo contemporâneo através da resolução de necessidades funcionais, programáticas e culturais da construção de sua época, escapando do design mimético existente, propondo-se como uma alternativa que interpreta os valores atemporais dos militares como as regras, a sobriedade, o rigor e a disciplina, incorporados na arquitetura através do ritmo e dos volumes puros. O bloco de acomodação dos sargentos enfatiza a estrutura como um elemento que forma a arquitetura, tradição esta presente na gênese da cultura militar.
Buscar uma solução que oferecesse condições decentes a baixo custo, impondo-se como um edifício contemporâneo, foi uma das premissas na qual o projeto foi baseado.
A tipologia deveria ser uma “galeria”, na busca de uma continuidade histórica, com valores já provados. Logo, no bloco de acomodação existem fatos da própria cultura da arquitetura portuguesa, como o árcade que confere dignidade por seu desenho ao entrar no edifício, sendo também espaço de encontro.
Usufrui-se das formas arquiteturais em uma coerência funcional, estrutural e de lógica estética, materializada através da combinação de volumes que a correspondem e simboliza certas funções, ou seja: o volume cilíndrico como uma forma dinâmica que representa o acesso vertical; a tipologia de “galeria” é afirmada por linhas horizontais e o ritmo dos vãos, culminando nas escadas de emergência que desmaterializam o volume e assumem um valor adequado para a forma arquitetônica.
Esta opção é coerente com os valores sustentados por Vitruvius quando ele menciona que quando o significado do trabalho refere-se a algo tangível e concreto, enquanto o que significam diz respeito “(…) com a evidência baseada na lógica dos conceitos”.
A noção de economia em arquitetura é sempre o resultado de um compromisso entre estrutura e arquitetura. A estrutura é entendida como algo que possui capacidade funcional, espacial e estética, além de sua função primária de suporte de cargas.
Havia uma preocupação em encontrar a beleza através da exposição das coisas simples, baseada na crença de que a arquitetura começa quando a necessidade acaba. A busca da beleza em arquitetura é o que atribui seu caráter atemporal, não só proporcionando o valor de novo, mas também buscando um caráter de permanência.