A Casa Farnsworth é um gentil ordenamento da espontaneidade da natureza. O volume envidraçado toma partido da integração com a paisagem, indo ao encontro do conceito miesiano de uma dorte relação entre a casa e a natureza.
A casa de um pavimento consiste em oito pilares de aço de perfil I que suportam as estruturas da coberta e do piso; é simultaneamente estrutural e expressivo. Entre os pilares aparecem grande panos de vidros de piso a teto, rodeando toda a casa, abrindo os ambientes à paisagem circundante. São eles que trazem a beleza da natureza para dentro da casa.
Mies explica essa ideia: “A natureza, também, deve viver sua própria vida. Nós devemos estar conscientes em não rompê-la com a cor das nossas casas ou equipamentos internos. Ao contrário, nós deveríamos atentar a trazer natureza, casas e seres humanos a uma maior unidade.”
Devido às periódicas cheias do rio Fox, Mies propõe que a casa seja sutilmente implantada no terreno, elevando-a 1 metro e 60 centímetros do chão. Desse modo, apenas os pilares de aço tocam o solo e a paisagem pode sobrepassar a residência. Com exceção das paredes internas que delimitam os ambientes e conformam o banheiro, a casa é completamente aberta e simples.
A forma geométrica feita pelo homem cria uma relação centrífuga com o entorno, procurando construir um abrigo em seu estado mais simples. Como Mies afirmou, “Se você vir a natureza através das paredes de vidro da Casa Farnsworth, ela ganha uma significância muito mais profunda do que se fosse vista desde o exterior. Desse maneira, se diz mais sobre a natureza – ela se torna parte de um todo maior.”