O lugar se abre como um diálogo do amor de Maria aos pés da Cruz. O morro Manquehue é o pano de fundo que se contrasta com o céu. A evocação da natureza alcança o relevo de um lugar sagrado.
A sobreposição do círculo interno em frente da geometria da rampa de acesso descendente, torna evidente a união entre o espírito e sua reencarnação humana. Entre o sagrado – o divino e a razão.
A obra assume formas primárias as quais são facilmente reconhecidas. Deve-se deixar atrair pela curiosidade e entrar pelo oratório “Virgem do Parque”.
A obra é construída a partir da altura, soterrando-se e abrindo-se para o céu através de um cone de concreto com 9 metros de diâmetro. 9 lanternas em módulos de novenos simbolizam as 9 crianças que morreram cedo. É a presença da luz divina, da luz vertical que permite que formas de concreto armado gravitem, seus contornos, suas planícies, pousando no parque de maneira a fazer presente a dimensão do céu. Em outras palavras, a interiorização do céu e da sua luz no centro da gravidade da terra.
Acima está o céu. As dobras do concreto se mostram como um gesto humano com o que a arquitetura acolhe um lugar de encontro, um lugar de refúgio, um lugar de reunião no parque.
O acesso é através de uma rampa de 16 metros de comprimento com uma inclinação de 12% para alcançar a capela memorial. No centro geométrico foi plantada uma Magnólia, esta árvore é a única da natureza que tem apenas 9 folhas em cada uma de suas flores.
A materialidade é o concreto arquitetônico com adição de dióxido de titênio. Foram usados moldes fenólicos modulados. O piso é pavimentado como um tapete horizontal e inclinado em uma encosta de grama verde. Como proteção foi utilizado um guardrail com um vidro temperado incorporado a elementos de concreto.
Uma fita de concreto flutuando sobre a superfície pavimentada permite criar uma bancada que de frente a Virgem, acolhe 9 velas grandes e 27 velas menores, as quais se inserem nas dobras do concreto.