O projeto está situado na borda de um tradicional parque urbano de San Isidro, um dos mais prestigiosos bairros residenciais de Lima.
O programa do concurso contemplava o desenho de três apartamentos tipo e uma cobertura duplex. Contudo, devido aos parâmetros urbanísticos que impediam o uso de telhado, optou-se por inverter a lógica habitual e fazer uma “casa no parque”, parcialmente enterrada em relação à rua, obtendo-se, assim, quatro unidades no formato de uma casa.
A casa no parque possui um jardim privado, é organizada em dois níveis, tendo ainda uma galeria de arte com pé-direito duplo. A partir deste ambiente, a vista proporcionada se estende por todo o jardim em direção às árvores do parque, eliminando a sensação de se estar sob o nível da rua.
Os apartamentos dispostos em um só nível localizam seus dormitórios voltados para a rua, protegidos por janelas pontuais isoladas, enquanto a área social se abre para a paisagem do parque. A possibilidade de se mover em torno do núcleo de circulação vertical permite uma grande liberdade no uso do espaço, mantendo uma separação clara entre as áreas sociais, quartos e área de serviço, multiplicando-se a capacidade de que os usos não se sobreponham ou não se interfiram.
A fachada voltada para a passagem de entrada do parque possui coberturas de vidro temperado serigrafado, permitindo que os apartamentos se protejam do sol e dos olhares das propriedades vizinhas sem que percam a luz e a transparência para a paisagem. Estas coberturas treliçadas possibilitam uma liberdade à distribuição dos apartamentos e terraço sem interferir na imagem do conjunto do edifício.