Este campus situado sobre os as colinas da cidade de Viña del Mar, em um terreno de 20 hectares com vistas para a cidade, a baía de Valparaíso e ao Oceano Pacífico, tenta criar um lugar singular para dar uma nova forma de vida universitária que faça uma relação entre estudo e contemplação.
Os diferentes corpos que compõem o conjunto conformam um pátio protegido, cujas aberturas graduadas, enlaçando proximidade e distância, orientam o espaço em extensão e prolongam o pátio em um grande parque que se estende pelas colinas.
Propõe-se que o novo estado de liberdade para os alunos seja a universidade, em relação ao colégio, e torna-se realidade ao habitá-la.
Por isso as circulações e detenções tornam-se múltiplas: sempre é possível escolher entre diversos caminhos –para ir de um lugar a outro- e entre uma variedade de lugares para permanecer, dentro de uma espacialidade não homogênea cujas curvas e dobras, mudanças de tamanho e graduações entre a penumbra e o iluminado, constroem uma respiração espacial.
Esta é articulada a partir de um espaço concebido como vazio interno, descolado do solo. Não se trata de pisos diferentes, mas sim de um acorde de múltiplos solos em distintos níveis, constituem lugares de resguardo (lugares de detención) que acolhem distintos programas.
Ligar a continuidade para o pé com a variação para o olho –percursos fluídos e visões mutáveis do espaço- permite alongar o corpo e despertar os sentidos. É o modo como a experiência de habitar a universidade encontra-se com a forma. Pois, a educação pode ser entendida como o ensinar e aprender a dar forma; às coisas e os atos, aos meios, às ocorrências… ao nosso próprio pensamento. Porque a educação vence a resistência que cria o informe. A arquitetura, tocando nossos sentidos poder despertar esse apetite que, em distintos graus, todos têm pela forma. Esta pode ser a relação entre arquitetura e educação.