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Arquitetos: Drucker Arquitetura
- Ano: 2010
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Fotografias:Leonardo Finotti
Descrição enviada pela equipe de projeto. Entre as cidades de Ilhéus e Itacaré, a exuberante e nativa Mata Atlântica e o mar de palmeiras dominam a paisagem. A área é uma reserva florestal protegida por entidades como a Unesco e o Ibama , sendo um alvo de severas restrições construtivas. De forma a tornar a intervenção possível para acomodar o programa de um resort, os edifícios foram distribuídos da seguinte maneira: um clube com um restaurante e salas de lazer, um spa, 16 chalés e um distrito de serviço. Ao invés de escravizar a natureza, as construções dramatizam ainda mais a paisagem, enquadrando e revelando contornos e cenários não usuais.
O projeto da sede do clube e dos chalés seguem os princípios do modernismo – e é nesta arquitetura de concreto que o contraponto à natureza surge. A sede do clube do resort é um pavilhão com projeções que criam terraços e espaços de transição entre interior e exterior. Já os chalés possuem área entre 80 e 150 metros quadrados, orientados em direção ao mar.
Também soltos no terreno, apresentam o mesmo conceito de lajes de concreto aparente, mas com um diferencial de paredes revestidas com arenito do norte, uma pedra típica desta região. Para permitir o fluxo de ar, optou-se por aberturas na frente e no fundo, que podem ser controladas por venezianas de madeira com abas móveis, reduzindo assim a temperatura interna e dispensando a necessidade de ar condicionado. O projeto foi aprovado pela prefeitura de Ilhéus, pela APA (Associação de Preservação Ambiental) e pelo Ibama. Além do tratamento de água (no qual o índice de pureza da água retornada deve ser 98%), a eletricidade é fornecida por sistemas coletores de energia solar.
O desafio deste projeto foi transformar um local natural em um espaço arquitetônico, ou seja, construir um território no qual o marco físico não é mais um pano de fundo, mas algo que se torna uma parte ativa da construção, identificando os elementos chave da paisagem para emergirem através de um sistema de relações que vão além da área visual do edifício.
O edifício se encaixa na paisagem, aumentando seu potencial, criando um grande mirante. Expande-se dramaticamente a sensação de horizontalidade, elimina-se o campo visual que não é substancial para a essência da paisagem. O piso e o teto adquirem um valor substancial.
O sistema estrutural adotado responde bem ao programa e à sua execução, sem renúncias ou violência. Um sistema restrito e preciso, mas que também é aberto e flexível.